O Diretor da
Secom/Poá, FÁBIO HENRIQUES DOS SANTOS PEREIRA, 31 anos, é o entrevistado do dia
na Seção Raio-X que, todas as terças-feiras, apresentará um colega de profissão
com o objetivo de aproximar os integrantes desta classe tão desrespeitada e
castigada.
Foi no dia 16 de
agosto de 2000 que Fábio, nascido e criado em Poá, deu início a sua carreira
jornalística, no jornal Notícias de Poá. Desde então, já se passaram 11 anos e,
neste período, ele passou por algumas redações chegando na área da assessoria
de imprensa e, atualmente, coordena a Secretaria de Comunicação da Prefeitura
de Poá. Espontâneo e extremamente estrategista, é assim que ele se define, uma
vez que, não move uma palha sem pensar em todas as conseqüências e por isso
dificilmente me arrependo de alguma atitude. Por onde passou, deixou um grande
rastro de amizade que ele dá muito valor, pois, afirma que não troca uma viagem
de 15 dias na Europa por um bom churrasco com as pessoas que gosta e com os
verdadeiros amigos. Para ele, a vida é uma escola e, sendo assim, sempre está
prestando muita atenção nos bons profissisonais, os quais ele respeita muito e
sabe que com eles tem muito a aprender e crescer.
100C - Por que o
jornalismo?
FH - Desde o pré,
minha professora falava que eu ia fazer jornalismo, pois não parava quieto, só
conversava, queria saber de tudo o que acontecia com todos. Ela até me chamava
de Cid Moreira, na época nem sabia quem era (rs). Mas na verdade, no colégio a
vontade de fazer jornalismo surgiu, pois sempre gostei de escrever. Meu negócio
era escrever e ficar conversando na sala e conhecendo o pessoal da escola. A
professora sempre pedia para eu sair da sala, pois eu não parava quieto. Não
achava ruim não, porque ficava conversando com o servente, a tia da cantina…
Gostava de conversar. Não fiz jornalismo com aquela ideologia de mudar o mundo
e acho bom, pois teria me decepcionado. Quem pensa isso, vai descobrir um dia
que é pura utopia.
100C - Depois que
você entrou para essa área, você já trabalhou aonde, onde trabalha atualmente e
há quanto tempo?
FH - Iniciei
a minha carreira no Notícias de Poá, foi lá onde dei os meus primeiros passos
como repórter e fotógrafo. Sempre no sob olhar atento do jornalista Silvio de
Carvalho Filho, que dava inúmeras dicas de como melhorar em cada pauta. Fiquei
um ano e meio em Poá e recebi uma proposta para trabalhar no Diário de Suzano,
outra grande escola. Lá conheci diversos profissionais da imprensa que
auxiliaram muito no meu conhecimento profissional, fiz diversos colegas,
conheci brilhantes repórteres, mas a pessoa mais importante que conheci na
minha passagem por esse veículo, não fazia parte do meio jornalístico e, sim do
marketing, Fátima Ramos, gerente comercial da Rede DS até os dias de hoje. Além
de cobrir cidades, polícia e economia, fazia todas as matérias comerciais da
Rede DS e Fátima e eu formamos uma excelente parceria. Na sequência, fui para o
Diário de Mogi, onde também conheci profissionais e seres humanos que sabem
tratar da melhor forma um profissional, falo de Célia Sato e Eliane José. Mas
minha passagem foi muito rápida, fiquei apenas duas semanas, pois recebi um
convite para largar tudo e trabalhar com política. Na época, não sabia nem
quanto ia ganhar, só sabia que ia trabalhar para um candidato que estava em 3º
nas pesquisas na cidade de Poá. O convite veio do jornalista Aéssio Ramos
Pinto, que me chamou para auxiliar na assessoria do candidato e ex-prefeito
Roberto Marques. Fui com Aéssio assistir um showmício do Marques, no bairro
Jardim São José, em Poá, somando correligionários e populares, havia umas 200
pessoas. Eduardão, candidato que estava em primeiro nas pesquisas, dois dias
depois colocou 10 mil pessoas na Avenida Getúlio Vargas, em Calmon Viana, com
um show do Exaltasamba. Mesmo assim eu virei para Aéssio e disse: "Aéssio,
você tem razão, o Roberto Marques vai ganhar a eleição". Acompanhei de
perto a virada de Marques, fazendo assessoria para sua campanha e ele venceu a
eleição por 416 votos de diferença do grande favorito. Com isso, foi instituída
a Secretaria de Comunicação Social na Administração poaense e Aéssio, que foi o
primeiro secretário desta pasta na história de Poá e me chamou para trabalhar
com ele. Por motivos políticos, ele ficou apenas três meses no comando, que foi
assumido por Fernando Felippe, o qual nunca tive problemas de trabalho. Dois
anos de governo, decidi alcançar vôos mais altos e abri meu próprio jornal, O
Semanão, que durou apenas três meses por falta de recursos, mas nesse período
tive a oportunidade de conhecer o vereador Testinha. Dois anos antes da eleição
eu virei para o meu sócio, o jornalista Julien Pereira e disse: "Julien,
esse "cara"vai ser o próximo prefeito de Poá". Nesses dois anos
muitas pessoas tiravam sarro da minha cara quando eu falava isso, até mesmo os
secretários da gestão Marques. Eles falavam: "Vai lá apoiar seu amigo
Testinha" e davam risada. E foi isso mesmo que eu fiz, apresentei Testinha
para meu pai, José Luis Pereira, o Zé Luis, que sempre foi envolvido com
política, principalmente a poaense, que abraçou mais do que eu a campanha do
Testinha, que acabou vencendo e me convidou para assumir a direção da
Comunicação do seu governo, onde estou até hoje.
100C - Qual foi a
pior e a melhor pauta que você cobriu?
FH - A pior pauta
acabou virando uma suíte, pois foi encontrado um corpo no Córrego Itaim em Poá
e depois descobriram que esse corpo era de um famoso advogado de São Paulo, que
foi sequestrado, morto e jogado neste córrego. No final acabei cobrindo a
exumação do seu corpo ao lado dos filhos dele. Agora cobri diversas pautas
boas, mas duas foram marcantes, uma delas foi de uma família que sofria há anos
com ataques de escorpião na cidade de Suzano e as autoridades nada faziam para
resolver o problema da família, fiz uma matéria bem forte juntamente com o
brilhante repórter fotográfico Wanderley Costa, que acabou sendo capa do Diário
de Suzano e mobilizou todas as autoridades que, em menos de uma semana,
resolveram o problema da família, que me procurou na redação do jornal para
agradecer a reportagem. Outra, foi cobrir a história de Padre Eustáquio, em
Belo Horizonte. Fiquei impressionado com o valor que ele é tratado em BH, onde
tem um grande bairro com o seu nome. Fui no cemitério onde ele está enterrado,
na igreja, onde também tem restos mortais dele, enfim, foram três dias
pesquisando toda a sua história. Renderam excelentes reportagens, sobre um
padre que fez muita história em Poá. Essa pauta cobri com o brilhante fotógrafo
Fernando Araújo, com quem trabalho há 9 anos.
100C - Se
possível, destaque três colegas do jornalismo na região que você admira o
trabalho.
FH - Vou destacar
quatro, são eles: Aéssio Ramos Pinto (Novo São Paulo), Eliane José (O Diário de
Mogi), Oswaldo Birke (Mogi News) e Edgar Leite (Diário de Suzano)
100C - O que é o
jornalismo para você?
FH - É uma
profissão dura, muitas vezes injusta, pois é um trabalho muito árduo,
principalmente quando se atua como repórter em redação, onde muitas vezes,
principalmente em regiões como a nossa, não são reconhecidos pelos seus
patrões. Em regiões como a nossa, o jornalismo vira moeda de troca e isso é
muito triste. O nosso sindicato é muito falho, o Supremo Tribunal Federal
cassou o nossa diploma e hoje qualquer cidadão se diz jornalista. Isso acaba
com a classe e, principalmente, com o poder da imprensa, que sempre foi
considerada o quarto poder, a voz de uma comunidade e hoje é uma voz que está
totalmente rouca.
100C - O que você
mais gosta e o que você mais odeia nas pautas?
FH - Na
parte prática sempre gostei das pautas comerciais, acho que por isso gosto de
fazer assessoria de imprensa, pois você vai escrever para defender o seu
cliente (patrão). O triste das pautas, ainda mais quando você está em uma
redação é quando o dono do jornal, o qual muitas vezes nem jornalista é, lhe
chama com uma autoridade do lado e diz até o título da sua matéria. Isso não é
jornalismo! Então é melhor fazer assessoria, pelo menos você foi contratado e
está sendo pago para isso.
100C - Qual foi a
sua maior alegria e a maior decepção com o jornalismo?
FH - A alegria
foi participar de várias campanhas para prefeito como assessor. Na verdade
atuei mais na parte de marketing das campanhas do que propriamente o
jornalismo. Na campanha do Roberto Marques trabalhei na parte jornalística, com
vídeos e textos, já na campanha do prefeito Testinha, trabalhei na parte de
texto e criei um material publicitário que foi um gráfico, o qual mostrava a
trajetória política na história de Poá, mostrando que Poá estava nas mesmas
mãos há 16 anos e precisava de mudança. Foi bem bacana! No mesmo período desci
a serra algumas vezes para atuar na campanha do candidato Paulinho, de
Mongaguá, que também foi eleito. Digo isso, pois sempre gostei de atuar nos
bastidores políticos. A maior decepção? Prefiro não responder.
100C - Você tem
alguma sugestão para o 100 Comunicação?
FH - Quero
parabenizar o jornalista Ronaldo Andrade pela paciência de ficar alimentando o
seu blog todos os dias e desejo que um dia o blog alcance vôos maiores e lhe dê
um retorno financeiro.
100C - Uma vez
jornalista e sempre jornalista ou ainda pretende trocar de área? Por quê?
FH - Minhas
experiências me fizeram buscar novos horizontes, mas mesmo nessas escolhas
sempre usarei o jornalismo e, principalmente, a comunicação como base.
100C - O que você
espera do seu futuro pessoal e profissional?
FH - Tenho
um projeto para os próximos meses. Depois que finalizar esse projeto verei o
rumo que tomarei profissionalmente.
E a TVSP???
ResponderExcluirolá, que DEUS te abençoe
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