Com o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista, muita gente de
outras áreas passou a exercer a profissão, sem qualquer qualificação.
Clássicas técnicas de entrevista, por exemplo, têm sido substituídas por
métodos nada ortodoxos de busca pela informação. O blog denuncia alguns
casos mais assustadores.
A moça do telemarketing
-
Eu gostaria muito de poder estar entrevistando o senhor. O senhor teria
um minutinho para poder estar respondendo algumas perguntas?
- É rápida essa entrevista, querida? É que eu tô no trânsito.
-
Super-rápida, senhor. Para a sua segurança e para a minha também,
gostaria de estar informando que a entrevista estará sendo gravada. Tudo
bem?
O médico
- Você
vai me desculpar, mas o que as cirurgias que eu já fiz ou os casos de
hipertensão arterial na minha família têm a ver com a minha trajetória
artística, musical? Você pediu para fazer o meu perfil profissional ou
uma anamnese?
- Fica calmo, são só perguntinhas de rotina. Fumante?
A prostituta
-
Alô, Sharon? Tá a fim de um frila bom? Mas, escuta, desta vez é
cobertura completa, ok? Apuração, redação, texto final, fotos e até
legenda de fotos. Topa?
- (mascando chiclete). Claro que topo, editor. Só que a completa, você sabe, é mais cara.
O jogador de futebol
– Você foi convocado pra reforçar a editoria de política nas eleições. Bem-vindo!
– Obrigado, professor, quer dizer, editor. A gente tá vindo pra somar e a editoria tá unida e espera fazer uma grande cobertura.
– Ah, serão 64 dias de trabalho na redação. Sem folga.
– Sem folga? Sério que rola concentração aqui também?
O assaltante
-
Vai passando a informação, vai passando a informação! Rápido, porra! Eu
quero o lead inteiro, vai! O que, quem, quando, onde, como e por quê!
Tá demorando!
- O “como” e o “por quê” eu não tenho.
- Como não tem?
- Não tenho. Eu juro!
- Qué morrê? Passa logo o lead inteiro, porra!
Autor: Duda Rangel
Blog: Desilusões Perdidas
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