quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Todo mundo virou jornalista!

Com o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista, muita gente de outras áreas passou a exercer a profissão, sem qualquer qualificação. Clássicas técnicas de entrevista, por exemplo, têm sido substituídas por métodos nada ortodoxos de busca pela informação. O blog denuncia alguns casos mais assustadores.

A moça do telemarketing
- Eu gostaria muito de poder estar entrevistando o senhor. O senhor teria um minutinho para poder estar respondendo algumas perguntas?
- É rápida essa entrevista, querida? É que eu tô no trânsito.
- Super-rápida, senhor. Para a sua segurança e para a minha também, gostaria de estar informando que a entrevista estará sendo gravada. Tudo bem?

O médico
- Você vai me desculpar, mas o que as cirurgias que eu já fiz ou os casos de hipertensão arterial na minha família têm a ver com a minha trajetória artística, musical? Você pediu para fazer o meu perfil profissional ou uma anamnese?
- Fica calmo, são só perguntinhas de rotina. Fumante?

A prostituta
- Alô, Sharon? Tá a fim de um frila bom? Mas, escuta, desta vez é cobertura completa, ok? Apuração, redação, texto final, fotos e até legenda de fotos. Topa?
- (mascando chiclete). Claro que topo, editor. Só que a completa, você sabe, é mais cara.

O jogador de futebol
– Você foi convocado pra reforçar a editoria de política nas eleições. Bem-vindo!
– Obrigado, professor, quer dizer, editor. A gente tá vindo pra somar e a editoria tá unida e espera fazer uma grande cobertura.
– Ah, serão 64 dias de trabalho na redação. Sem folga.
– Sem folga? Sério que rola concentração aqui também?

O assaltante
- Vai passando a informação, vai passando a informação! Rápido, porra! Eu quero o lead inteiro, vai! O que, quem, quando, onde, como e por quê! Tá demorando!
- O “como” e o “por quê” eu não tenho.
- Como não tem?
- Não tenho. Eu juro!
- Qué morrê? Passa logo o lead inteiro, porra!

Autor: Duda Rangel
Blog: Desilusões Perdidas

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