A última entrevista da Seção
Raio-X em 2011 apresenta um jornalista de altíssima qualidade, seriedade e
profissionalismo. Editor-chefe do Diário de Suzano há cinco anos, EDGAR Ednadygarra
LEITE Elegancia (Elegancia é sobrenome mesmo. Veio do pai, o senhor Samuel de
Souza Elegancia) é um dos profissionais mais gabaritados e respeitados da
região do Alto Tietê. Com 38 anos de idade, sendo 17 dedicados ao Jornalismo,
Edgar é carioca de nascimento, mas mora em São Paulo desde os 04 anos de idade e,
atualmente, reside no município de Poá. Como editor do 100 Comunicação, tenho o
imenso prazer de postar essa entrevista, pois quando fui trabalhar no DS, uma
grande oportunidade na minha carreira, foi justamente o Edgar quem me convidou
para ingressar a equipe e, além disso, tive a oportunidade de aprender com este
grande jornalista. Confiram a entrevista na íntegra e conheçam mais sobre esse
profissional de qualidade impar na região.
Por Ronaldo Andrade
100C - Quem é Edgar Leite?
(faça uma auto avaliação)
EL - Um cara tímido. Pontual
(chego sempre 30 minutos antes em qualquer compromisso). Preocupadíssimo em
sempre fazer o melhor. Às vezes penso que deixei algo por fazer (para mim a
edição do jornal não acaba quando piso o pé para fora do prédio do DS. Quando
chego em casa as notícias e tudo que foi publicado ainda ficam dentro do meu
cérebro por, pelo menos, duas horas). Tento ser dedicado à minha família (na
maioria das vezes consigo). Sou um leitor contumaz (ultimamente estou lendo
muito filosofia política: Hobbes, Antônio Gramsci, Rousseau), mas gosto também
de literatura brasileira (refresca a mente). Por ser tímido e não falar muito acabo
sendo mais um observador da ‘sociedade e do comportamento humano’. Sou um
fanático por futebol (não consigo deixar de assistir jogos e mesas redondas. A
Cristina reclama). Dificilmente ‘saio do sério’. Sou fácil de lidar (temperamento
forte passou longe de mim). Mas, sou exigente nas coisas que faço e tento
buscar ‘algo’ perto da perfeição naquilo que me proponho a executar, sobretudo
no trabalho. Sou um amante da música (posso passar horas ensaiando saxofone –
uma das minhas paixões – e ouvindo músicas MPB e flash back). Também sou
nostálgico (me lembro muito das coisas legais que me aconteceram no passado e
lamento não poder voltar) e sistemático (as coisas têm sempre de estar no mesmo
lugar. Se alguém muda já me atrapalho todo – não consigo render como antes).
Uma pessoa feliz por tudo o que Deus me deu. Sou extremamente ansioso. Um
grande defeito seja talvez de não ter grandes ambições: quero apenas o
suficiente para viver bem com minha família. E só.
100C - Por que o jornalismo?
EL - O jornalismo entrou na
minha vida por causa da leitura. Em três anos consecutivos (na quinta, sexta e
oitava séries do primeiro grau) ganhei bibliotecas recheadas de livros, na
escola que estudava, em São Paulo, por ser o mais assíduo ao local. Era um
menino sonhador. Quando tinha 13 anos disse ao meu pai que queria ser escritor.
Ele me respondeu: “E para viver? Você vai ser o quê?”. Mas, os livros da ‘Série
Vagalume’ me encantavam. Li quase toda a série, principalmente o livro
“Dinheiro do Céu”, do Marcos Rey, na minha infância. Depois que consegui
entrevistá-lo fiquei mais com a certeza de que queria escrever. Em 1993, entrei
na Faculdade de Jornalismo para escrever e descobri que além disso, precisava
entrevistar, ser mais ‘cara de pau’, deixar de lado minha timidez na hora do
meu trabalho. O que me influenciou no Jornalismo, com certeza, foram os livros.
Meu pai, um advogado trabalhista – e que depois estudou Administração de
Empresas - queria que eu fosse advogado e seguisse seus passos. Mas, fui atrás
do meu sonho.
100C - Depois que você entrou
para essa área, aonde você já trabalhou em que cargo? Aonde você trabalha
atualmente e há quanto tempo? Qual função exerce?
EL - Comecei minha carreira em
1994 no Jornal Diário de Itaquá (acho que o jornal, inclusive, já fechou). Em
novembro do mesmo ano fui para o Diário de Suzano indicado pelo meu amigo
Carlos Magno Rodrigues, um fotógrafo profissional que conheço desde a infância.
Lembro-me até hoje da primeira entrevista que fiz. A editora era a Simone
Leone. Levei um monte de matérias do jornal que trabalhava. Ela me mandou fazer
uma reportagem de teste na rua entrevistando os comerciantes. Escrevi 6 mil
toques de uma matéria simples (um exagero). Fui aprovado. No Diário de Suzano
fui repórter regional, de Cidades, de Polícia. Escrevi Esportes e trabalhei nas
sucursais do jornal (Mogi, Itaquá e Poá). Depois passei a editar e desde 2006
sou editor-chefe do DS. Fiz alguns trabalhos paralelos também. Trabalhei como
free-lance na Revista Young, em São Paulo, na Revista da Associação Paulista de
Municípios (e na assessoria de imprensa), no Diário de São Paulo – escrevendo
para o “Caderno Municípios” – lançado em 2007 e encerrado no mesmo ano. Também
tive uma experiência ‘bacana’ como coordenador de Imprensa da Prefeitura de Ferraz
de Vasconcelos. Atualmente, além do Diário de Suzano, começo esta semana a
escrever como colaborador da Revista Sociologia Ciência & Vida. São textos
sobre política e sociologia. No primeiro semestre de 2012 termino Mestrado em
Ciências Sociais-Políticas na PUC – onde estudo o comportamento da grande
imprensa na cobertura dos escândalos políticos na época da redemocratização do
País e nos dias de hoje. Fiz também pós em Jornalismo Político e Curso de
Extensão em Jornalismo e Políticas Públicas na USP.
100C - Depois de tanto tempo
atuando na área, como você vê o jornalismo? É exatamente aquilo que você
imaginava? Por quê?
EL - Exatamente o que
imaginava não. Existem muitas privações dentro do jornalismo. Nem tudo o que
você quer, você pode. Há um limite muito tênue, dentro do jornalismo, entre o
público e o privado. Nós jornalistas afirmamos que defendemos o interesse
público ou o interesse do público. Mas, o interesse público de quem? Não
podemos nos esquecer que jornal é empresa, e empresa privada. Daí já podemos
imaginar que o jornal precisa vender, para se manter. Precisa de anunciantes e
de parceiros. Jornalismo não é só jornalismo, é comercial. O jornal não
sobrevive apenas de jornalismo, e nem somente de notícia. Mas, diante de tudo
isso é preciso tentar separar as coisas: conteúdo editorial, do conteúdo
comercial. E, mais importante ainda: não deixar um ‘contaminar (interferir)’ o
outro. Mas, é importante também: jamais podemos negar a importância do
jornalismo sério, que busca a verdade (se existirem mais de uma verdade é
preciso buscar), e tenta informar e ser, na medida do possível, o mais
imparcial possível. Seguir uma linha editorial. São desafios enormes na
profissão.
100C - Qual foi a pior e a
melhor pauta que você cobriu?
EL - Não sei se a palavra
seria pior. Mas, já cobri muitas pautas engraçadas. Uma delas foi de um leitor
que ligou para o jornal (em 1994) dizendo que na casa dele havia um pé de couve
gigante. A Simone me mandou em ir lá. Era em Palmeiras, distrito de Suzano. Já
no carro imaginei um pé de couve gigante cobrindo a casa, aquela folhagem verde
cobrindo tudo. Chegando lá era um ‘pézinho’ enrolado em uma madeira. Foi
frustrante. Mas, mesmo assim escrevi a matéria. A melhor pauta, ou a pauta mais
ousada, foi quando me disfarcei de padre para entrar em um hospital. Era 1995 e
fui para o Pontal do Paranapanema para cobrir a greve de fome que a líder
sem-terra Diolinda Alves de Souza, mulher do José Rainha Jr., estava fazendo
pela libertação do marido dela. Quando cheguei na porta do hospital havia
muitas emissoras de tevê tentando falar com ela que estava em um quarto do
hospital. Mas, como fui para lá com os líderes do Sem-Terra do Alto Tietê um
deles me falou: “Posso colocar você lá dentro! O hospital permitiu que uma comitiva
de padres entre no local. E, como faltaram dois. Você entra como padre”. E foi
o que aconteceu. Consegui entrar, como padre sem batina. Entrevistei a Diolinda
dentro do quarto junto com outros padres, mas fui pego pelos seguranças que me
colocaram para fora do hospital e tomaram meu gravador. Mesmo assim consegui
escrever uma boa matéria que foi publicada no Diário de Suzano daquele ano.
Mas, teve também a matéria da Santa da Janela, em Ferraz. Fui o primeiro
jornalista a descobrir o que teria causado a mancha na janela que formava a
silhueta da imagem de Nossa Senhora Aparecida, conhecida como santa da janela.
Consegui o telefone de um norte-americano que fazia parte da comissão de
investigação do caso e conversei com ele por telefone. Me passou todos os
dados. Também nessa mesma matéria consegui trazer o Padre Quevedo que me disse:
“Isso não ecxiste (existe)!!!”. Até o Fantástico ligou para o DS solicitando
informações do caso. Muito legal.
100C - Se possível, destaque
três colegas do jornalismo na região que você admira no trabalho.
EL - O Alto Tietê é um celeiro
de bons e ótimos jornalistas. Nossa região tem muita gente dedicada e que
trabalha muito bem. Mas, se é para citar três nomes começo pela Simone Leone,
editora do Mogi News. Na minha opinião a melhor e mais completa jornalista do
Alto Tietê: escreve bem, executa bem a edição de um jornal e sabe comandar. É
minha professora. Tenho imensa admiração pelo trabalho dela. Não posso deixar
de citar a Cristina Gomes, chefe de reportagem do mesmo jornal. Por
coincidência é minha esposa. Mas, não é por isso que a considero uma ótima
jornalista. Nada escapa da percepção dela na pauta. É uma grande concorrente.
Digo sempre para o Ramon (chefe de reportagem do DS): Fica esperto com a
Cristina!”. O Marco Aurélio Sobreiro e o Evaldo Novelini são jornalistas
intelectuais. Grandes pessoas e jornalistas.
100C - O que é o jornalismo
para você?
EL - É uma grande arena de
idéias de debates, onde a população, as classes sociais e políticas, todos os
segmentos – muitas vezes - podem expor suas idéias por meio das notícias que os
repórteres escrevem. É a forma de comunicação e aprofundamento de temas
importantes para a sociedade. Jornalismo é quando se consegue aprofundar temas.
Alguém pode escrever: ocorreu um acidente e só. Mas, o jornalismo vai dizer que
ocorreu um acidente e as causas e motivos daquele desastre. É a profissão mais
apaixonante, mas muitas vezes perigosa. Em doses muito fortes, o jornalismo
pode destruir vidas e também fazer renascer pessoas. Por isso é preciso a
medida correta. E esse é o problema. Muitas vezes não conseguimos a medida
correta.
100C - Você já atuou em
diversas áreas dentro do jornalismo, qual foi a que você mais gostou e por quê?
EL - Gostei mais da política.
Política não é somente Câmara, Assembléia, Congresso, etc. É a forma como se
administra. A política influencia diretamente na vida das pessoas. E tentar
trazer isso para o cotidiano é uma tarefa importante do jornalista. Tentar
mostrar e decifrar para o leitor o que quer dizer aquele determinado projeto,
como ele vai afetar na vida das pessoas é muito importante.
100C - Qual foi a sua maior
alegria e a maior decepção com o jornalismo?
EL - Não sei se é uma
decepção, mas um descontentamento. Seria a de ainda não conseguir dar voz a
todos. O jornalismo, infelizmente, ainda não consegue ser plural. Poucas
pessoas, poucos segmentos falam em um jornal - incluo essa situação
principalmente na grande imprensa. São sempre as mesmas fontes, sempre os
mesmos entrevistados, conforme o viés que é buscado dentro da pauta. E nós
jornalistas talvez ainda não nos atentamos para isso e não temos a virtude de
reconhecer nossos erros. Torcemos o nariz quando falam da gente. Ou reclamamos
quando querem discutir a mídia. Um telespectador que assiste a um jornal à
noite, por exemplo, vai encontrar sempre uma mesma tendência de notícia puxando
para um lado. Já a maior alegria é saber que, embora tenhamos tantos problemas
e muitos desafios, ainda conseguimos encontrar no jornalismo opções e trabalhos
sérios, de empresas e de pessoas que querem informar. É, o desafio de informar
com qualidade, ‘sem amarras’.
100C - Você tem alguma
sugestão para o 100 Comunicação?
EL - Primeiro gostaria de
agradecer o convite de ser entrevistado. Fui muito sincero nas minhas
respostas. Acho que não vão dar polêmicas. Uma sugestão: porque o 100
Comunicação não cria em um final de semana ciclo de palestras de profissionais
do Alto Tietê? Basta alugar um local e convidar os jornalistas para falar de
suas experiências para os mais jovens que estão começando. Seria legal essa
troca de idéias.
100C - Destaque um ponto
positivo e um negativo do 100C.
EL - Um ponto positivo é que o
100 Comunicação está cada vez mais abrindo espaço para jornalistas como um
fórum de discussão da mídia e experiências profissionais. Parabéns mesmo. O
ponto negativo: acho que poderia dar uma melhorada no layout do blog para
deixá-lo mais atraente, mais ‘leve’ de ler e encontrarmos as entrevistas e
notícias mais facilmente.
100C - Você é casado com a
Cristina Gomes (Chefe de reportagem do Grupo Mogi News), como é esse
relacionamento extra-redação? Existem conversas sobre as redações, pautas ou
vocês separam o profissional do pessoal, uma vez que os jornais são
concorrentes?
EL - Sim. A gente consegue
separar muito bem o profissional do pessoal. Aliás, em casa quase não falamos
sobre jornal. É muito difícil. Vivemos como no filme “Feitiço de Áquila” – à
noite quando chego ela já está dormindo. Quando ela sai de manhã às 7h40 para
trabalhar estou acordando (meio sonolento). Então não dá tempo para
conversarmos. Mais no final de semana falamos sobre a casa e os nossos filhos.
100C - Como editor-chefe do
Diário de Suzano, qual foi a publicação que você teve mais orgulho e a que você
não gostaria de ter feito?
EL - A que não gostaria de ter
feito, mas que ficou, na minha opinião, nota 10 foi a eliminação do Brasil na
Copa de 2006 para a França. Fiz uma manchete diferente, poética. O Brasil
perdeu para a França por 1 a 0 com Zidane dando um show em campo. A manchete
ficou assim: “No meio do caminho, havia um Zidane”. Foi uma referência ao poema
de Carlos Drummond de Andrade “No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma
pedra no meio do caminho”. Sobre a que tive mais orgulho realmente são muitas
capas legais. Não dá para dizer uma só. Acho que todas têm o mesmo peso.
Perguntas para quebrar o gelo:
100C - Conte duas ou mais
situações engraçadas que você passou no jornalismo.
EL - Já foram muitas situações
engraçadas, como as que você vai para uma pauta e descobre que o evento é
somente no dia seguinte. Tem também as pessoas que ligam para o jornal para
dizer que a casa está pegando fogo. “Você já ligou para os bombeiros?”, logo pergunto.
“Não!”, é a resposta do outro lado da linha. Tem também o dia em que uma mulher
ligou para ‘denunciar’ que a esposa de um guarda rodoviário estaria “pulando a
cerca”. Ficou inconformada e queria que fizesse matéria.
100C - Destaque três atuais e
três ex-companheiros de trabalho que você classifica como “fora do normal”,
seja pela personalidade, loucura ou coisas do tipo. Explique:
EL - Os três fora do normal
são: 1) o editor de fotografia Piero Leite. Brinco com ele porque, apesar de
quase 15 graus de miopia, consegue fazer boas fotos. Falo para ele o seguinte:
“Você só faz fotos boas porque não enxerga direito”. Mas, é somente
brincadeira. Ele usa óculos e lente e é um grande profissional.
2) Gabriele Doro – é a
editora-adjunto. Considero o ‘trator’ da redação: edita, faz matéria, ajuda na
pauta. Se deixar faz cafezinho, varre o jornal, etc. É muito prestativa no
trabalho. Excelente pessoa.
3) O seu Carlos Nego, que tem
35 anos, de jornal ainda não se familiarizou com o computador. Ele escreve a
coluna “Bola de Meia” todos os dias (quase 10 mil toques), mas não grava na
‘rede’, vai embora sem deixar o nome do arquivo, e a gente tem de ficar ‘à
caça’ do material produzido por ele. Mas, não é por maldade ou displicência,
mas simplesmente porque, até hoje, não se adaptou ao computador. Outra coisa:
se o São Paulo perdeu, melhor não falar com ele.
Dos ex-companheiros destaco o
Marco Aurélio Sobreiro, ex-editor-chefe do DS que, para mim, é ‘editor-chefe
vitalício’ que tinha a mania de não ficar esperando os jogos do Corinthians de
quarta-feira à noite na redação. Ia para a casa dele e depois voltava. Ficava
nervoso com o time dele. Sempre quando chegava na redação e olhava para a tevê
via o adversário cruzando a bola para a área do time corintiano. Tinha de tomar
calmante. Outra pessoa muito gente boa é o Leonardo, repórter que trabalhou no
DS. Tudo está legal para ele. Não reclama de nada. Para tudo ele diz “Obrigado,
obrigado, obrigado”. “Figuraça”.
100C - O que é mais difícil,
atuar como repórter, assessor de imprensa, editor, editor-chefe ou as reuniões
com o senhor Octávio? Por quê?
EL - Acho que é atuar como
assessor de imprensa. O assessor de imprensa tem uma função completamente
diferente daquela que o repórter está acostumado. Tentei ser assessor de
imprensa na Prefeitura de Ferraz. Li alguns livros para me atualizar mas não
consegui ser um ótimo assessor, simplesmente porque não conseguiu guardar
informações ‘confidenciais’. Queria sempre divulgar tudo de bom e de ruim.
Dizia para o prefeito: não podemos deixar uma pergunta de um jornal sem
resposta. Ele me dizia: “Edgar você exercendo papel de assessor de imprensa é
igual deixar um lobo cuidando de um monte de ovelhas. Vai sair m... Porque você
não consegue guardar segredo, quer divulgar tudo”.
Já as reuniões com o seu
Octavio são bem tranqüilas. Ele é jornalista. Sabe como funciona o nosso
trabalho. Apesar de dono e diretor de Redação, deixa a gente trabalhar
imparcialmente, mas com muita responsabilidade. Como todo chefe faz muitas
cobranças, mas é um diretor de Redação presente. Sabe tudo o que vai sair no
dia seguinte. É extremamente organizado. Tudo está em pastas e gavetas na sala
dele. Vejo o sr. Octavio mais como jornalista do que como empresário.
100C - O que você achou do
“descarte” do diploma para o exercício do jornalismo? Aproveite e deixe um
recado para o Gilmar Mendes.
EL - A queda do diploma foi um
equívoco que deverá ser reparado. O ministro Gilmar Mendes baseou sua decisão
na ‘liberdade de expressão, de opinião’. Mas, na verdade a matéria-prima do
jornalista não é a opinião. É, na verdade, a notícia. Só se escreve notícia,
com lide, com técnica, com começo, meio e fim quando se é um jornalista
formado. Opinião todos os jornais já destinam espaço para publicá-las. Ou seja,
nunca haveria privação ou impedimento das opiniões de um determinado segmento.
Então se a matéria-prima é a notícia é preciso existir a figura do jornalista
formado. Por outro lado é importante para reserva de mercado. Mas, é bom que se
diga. Não é somente as faculdades que vão formar um bom jornalista. A pessoa
individualmente tem de gostar da profissão, ler muito e escrever bastante.
Espero que a exigência do diploma volte o mais rápido possível.
Ping Pong
100C - Time
EL - Palmeiras
100C - Desejo
EL - Ver os meus filhos (Sofia
e Tomas) crescerem e me ‘aposentar’ bem velhinho ao lado da Cristina.
100C - Música
EL - Flash Back, MPB e
clássicos. Experimentem ouvir
Burth Bacharath, Carly Simon, The Carpinters, Enio Morricone, The Corrs, Dionne
Warwick, George Benson. E também MPB: Flávio Venturini, 14 bis, entre
outros. Lamentei muito a morte de Zé Rodrix (escutem “Eu quero uma casa no
campo”).
100C - Jornalismo
EL - É o desafio de todos os
dias.
100C - 100 Comunicação
EL - Um ótimo espaço para os
jornalistas.
100C - Passado
EL - Tenho muitas saudades. Da
minha infância, dos meus amigos, do meu pai, do meu início na escola.
100C - Presente
EL - Momento de muitas
responsabilidades.
100C - Futuro
EL - Está logo ali.
100C - Se defina em uma única
palavra
EL - Nostálgico.
100C - Deixe um recado para os
alunos sonham ingressar no jornalismo.
EL - O jornalista,
principalmente se for de jornal impresso, tem de escrever bem. Se não escrever
bem, não conseguirá ser um jornalista. É preciso se fazer entender nas
palavras, o que realmente é difícil, muitas vezes. Para isso, é fundamental a
leitura. Leiam jornal e literatura, principalmente. Fiquem antenados do que
acontece no mundo no País e ao seu redor, na sua cidade. O jornalista tem de
conhecer um pouco de história do Brasil, um pouco menos de história do mundo e
ter uma boa capacidade cultural. A geração de hoje tem um leque muito maior de
informações, diferente da minha. Hoje, existe a internet, as redes sociais,
livros que podem ser baixados pela internet. Então é isso. Um abraço a todos!
CONFIRAM todas as entrevistas feitas em 2011 no arquivo da Seção Raio-X clicando aqui!
Parabéns ao 100C pela entrevista feita ao grande jornalista e amigo Edgar. Faz muito tempo que não o vejo. Estou com saudades dos bons papos. Um rapaz educado, fino e sabio. Merece o cargo com certeza que ocupa. Sucesso a você Edgar, e continue sempre assim, humilde como você sempre é e foi no passado. Um grande homem e um grande jornalista.
ResponderExcluirWesley Campos
Jornal News Time