terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Seção Raio-X nº 16 - Edgar Leite

A última entrevista da Seção Raio-X em 2011 apresenta um jornalista de altíssima qualidade, seriedade e profissionalismo. Editor-chefe do Diário de Suzano há cinco anos, EDGAR Ednadygarra LEITE Elegancia (Elegancia é sobrenome mesmo. Veio do pai, o senhor Samuel de Souza Elegancia) é um dos profissionais mais gabaritados e respeitados da região do Alto Tietê. Com 38 anos de idade, sendo 17 dedicados ao Jornalismo, Edgar é carioca de nascimento, mas mora em São Paulo desde os 04 anos de idade e, atualmente, reside no município de Poá. Como editor do 100 Comunicação, tenho o imenso prazer de postar essa entrevista, pois quando fui trabalhar no DS, uma grande oportunidade na minha carreira, foi justamente o Edgar quem me convidou para ingressar a equipe e, além disso, tive a oportunidade de aprender com este grande jornalista. Confiram a entrevista na íntegra e conheçam mais sobre esse profissional de qualidade impar na região. 
Por Ronaldo Andrade

100C - Quem é Edgar Leite? (faça uma auto avaliação)
EL - Um cara tímido. Pontual (chego sempre 30 minutos antes em qualquer compromisso). Preocupadíssimo em sempre fazer o melhor. Às vezes penso que deixei algo por fazer (para mim a edição do jornal não acaba quando piso o pé para fora do prédio do DS. Quando chego em casa as notícias e tudo que foi publicado ainda ficam dentro do meu cérebro por, pelo menos, duas horas). Tento ser dedicado à minha família (na maioria das vezes consigo). Sou um leitor contumaz (ultimamente estou lendo muito filosofia política: Hobbes, Antônio Gramsci, Rousseau), mas gosto também de literatura brasileira (refresca a mente). Por ser tímido e não falar muito acabo sendo mais um observador da ‘sociedade e do comportamento humano’. Sou um fanático por futebol (não consigo deixar de assistir jogos e mesas redondas. A Cristina reclama). Dificilmente ‘saio do sério’. Sou fácil de lidar (temperamento forte passou longe de mim). Mas, sou exigente nas coisas que faço e tento buscar ‘algo’ perto da perfeição naquilo que me proponho a executar, sobretudo no trabalho. Sou um amante da música (posso passar horas ensaiando saxofone – uma das minhas paixões – e ouvindo músicas MPB e flash back). Também sou nostálgico (me lembro muito das coisas legais que me aconteceram no passado e lamento não poder voltar) e sistemático (as coisas têm sempre de estar no mesmo lugar. Se alguém muda já me atrapalho todo – não consigo render como antes). Uma pessoa feliz por tudo o que Deus me deu. Sou extremamente ansioso. Um grande defeito seja talvez de não ter grandes ambições: quero apenas o suficiente para viver bem com minha família. E só.

100C - Por que o jornalismo?
EL - O jornalismo entrou na minha vida por causa da leitura. Em três anos consecutivos (na quinta, sexta e oitava séries do primeiro grau) ganhei bibliotecas recheadas de livros, na escola que estudava, em São Paulo, por ser o mais assíduo ao local. Era um menino sonhador. Quando tinha 13 anos disse ao meu pai que queria ser escritor. Ele me respondeu: “E para viver? Você vai ser o quê?”. Mas, os livros da ‘Série Vagalume’ me encantavam. Li quase toda a série, principalmente o livro “Dinheiro do Céu”, do Marcos Rey, na minha infância. Depois que consegui entrevistá-lo fiquei mais com a certeza de que queria escrever. Em 1993, entrei na Faculdade de Jornalismo para escrever e descobri que além disso, precisava entrevistar, ser mais ‘cara de pau’, deixar de lado minha timidez na hora do meu trabalho. O que me influenciou no Jornalismo, com certeza, foram os livros. Meu pai, um advogado trabalhista – e que depois estudou Administração de Empresas - queria que eu fosse advogado e seguisse seus passos. Mas, fui atrás do meu sonho.

100C - Depois que você entrou para essa área, aonde você já trabalhou em que cargo? Aonde você trabalha atualmente e há quanto tempo? Qual função exerce?
EL - Comecei minha carreira em 1994 no Jornal Diário de Itaquá (acho que o jornal, inclusive, já fechou). Em novembro do mesmo ano fui para o Diário de Suzano indicado pelo meu amigo Carlos Magno Rodrigues, um fotógrafo profissional que conheço desde a infância. Lembro-me até hoje da primeira entrevista que fiz. A editora era a Simone Leone. Levei um monte de matérias do jornal que trabalhava. Ela me mandou fazer uma reportagem de teste na rua entrevistando os comerciantes. Escrevi 6 mil toques de uma matéria simples (um exagero). Fui aprovado. No Diário de Suzano fui repórter regional, de Cidades, de Polícia. Escrevi Esportes e trabalhei nas sucursais do jornal (Mogi, Itaquá e Poá). Depois passei a editar e desde 2006 sou editor-chefe do DS. Fiz alguns trabalhos paralelos também. Trabalhei como free-lance na Revista Young, em São Paulo, na Revista da Associação Paulista de Municípios (e na assessoria de imprensa), no Diário de São Paulo – escrevendo para o “Caderno Municípios” – lançado em 2007 e encerrado no mesmo ano. Também tive uma experiência ‘bacana’ como coordenador de Imprensa da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos. Atualmente, além do Diário de Suzano, começo esta semana a escrever como colaborador da Revista Sociologia Ciência & Vida. São textos sobre política e sociologia. No primeiro semestre de 2012 termino Mestrado em Ciências Sociais-Políticas na PUC – onde estudo o comportamento da grande imprensa na cobertura dos escândalos políticos na época da redemocratização do País e nos dias de hoje. Fiz também pós em Jornalismo Político e Curso de Extensão em Jornalismo e Políticas Públicas na USP.

100C - Depois de tanto tempo atuando na área, como você vê o jornalismo? É exatamente aquilo que você imaginava? Por quê?
EL -  Exatamente o que imaginava não. Existem muitas privações dentro do jornalismo. Nem tudo o que você quer, você pode. Há um limite muito tênue, dentro do jornalismo, entre o público e o privado. Nós jornalistas afirmamos que defendemos o interesse público ou o interesse do público. Mas, o interesse público de quem? Não podemos nos esquecer que jornal é empresa, e empresa privada. Daí já podemos imaginar que o jornal precisa vender, para se manter. Precisa de anunciantes e de parceiros. Jornalismo não é só jornalismo, é comercial. O jornal não sobrevive apenas de jornalismo, e nem somente de notícia. Mas, diante de tudo isso é preciso tentar separar as coisas: conteúdo editorial, do conteúdo comercial. E, mais importante ainda: não deixar um ‘contaminar (interferir)’ o outro. Mas, é importante também: jamais podemos negar a importância do jornalismo sério, que busca a verdade (se existirem mais de uma verdade é preciso buscar), e tenta informar e ser, na medida do possível, o mais imparcial possível. Seguir uma linha editorial. São desafios enormes na profissão.

100C - Qual foi a pior e a melhor pauta que você cobriu?
EL -  Não sei se a palavra seria pior. Mas, já cobri muitas pautas engraçadas. Uma delas foi de um leitor que ligou para o jornal (em 1994) dizendo que na casa dele havia um pé de couve gigante. A Simone me mandou em ir lá. Era em Palmeiras, distrito de Suzano. Já no carro imaginei um pé de couve gigante cobrindo a casa, aquela folhagem verde cobrindo tudo. Chegando lá era um ‘pézinho’ enrolado em uma madeira. Foi frustrante. Mas, mesmo assim escrevi a matéria. A melhor pauta, ou a pauta mais ousada, foi quando me disfarcei de padre para entrar em um hospital. Era 1995 e fui para o Pontal do Paranapanema para cobrir a greve de fome que a líder sem-terra Diolinda Alves de Souza, mulher do José Rainha Jr., estava fazendo pela libertação do marido dela. Quando cheguei na porta do hospital havia muitas emissoras de tevê tentando falar com ela que estava em um quarto do hospital. Mas, como fui para lá com os líderes do Sem-Terra do Alto Tietê um deles me falou: “Posso colocar você lá dentro! O hospital permitiu que uma comitiva de padres entre no local. E, como faltaram dois. Você entra como padre”. E foi o que aconteceu. Consegui entrar, como padre sem batina. Entrevistei a Diolinda dentro do quarto junto com outros padres, mas fui pego pelos seguranças que me colocaram para fora do hospital e tomaram meu gravador. Mesmo assim consegui escrever uma boa matéria que foi publicada no Diário de Suzano daquele ano. Mas, teve também a matéria da Santa da Janela, em Ferraz. Fui o primeiro jornalista a descobrir o que teria causado a mancha na janela que formava a silhueta da imagem de Nossa Senhora Aparecida, conhecida como santa da janela. Consegui o telefone de um norte-americano que fazia parte da comissão de investigação do caso e conversei com ele por telefone. Me passou todos os dados. Também nessa mesma matéria consegui trazer o Padre Quevedo que me disse: “Isso não ecxiste (existe)!!!”. Até o Fantástico ligou para o DS solicitando informações do caso. Muito legal.

100C - Se possível, destaque três colegas do jornalismo na região que você admira no trabalho.
EL -  O Alto Tietê é um celeiro de bons e ótimos jornalistas. Nossa região tem muita gente dedicada e que trabalha muito bem. Mas, se é para citar três nomes começo pela Simone Leone, editora do Mogi News. Na minha opinião a melhor e mais completa jornalista do Alto Tietê: escreve bem, executa bem a edição de um jornal e sabe comandar. É minha professora. Tenho imensa admiração pelo trabalho dela. Não posso deixar de citar a Cristina Gomes, chefe de reportagem do mesmo jornal. Por coincidência é minha esposa. Mas, não é por isso que a considero uma ótima jornalista. Nada escapa da percepção dela na pauta. É uma grande concorrente. Digo sempre para o Ramon (chefe de reportagem do DS): Fica esperto com a Cristina!”. O Marco Aurélio Sobreiro e o Evaldo Novelini são jornalistas intelectuais. Grandes pessoas e jornalistas.

100C - O que é o jornalismo para você?
EL - É uma grande arena de idéias de debates, onde a população, as classes sociais e políticas, todos os segmentos – muitas vezes - podem expor suas idéias por meio das notícias que os repórteres escrevem. É a forma de comunicação e aprofundamento de temas importantes para a sociedade. Jornalismo é quando se consegue aprofundar temas. Alguém pode escrever: ocorreu um acidente e só. Mas, o jornalismo vai dizer que ocorreu um acidente e as causas e motivos daquele desastre. É a profissão mais apaixonante, mas muitas vezes perigosa. Em doses muito fortes, o jornalismo pode destruir vidas e também fazer renascer pessoas. Por isso é preciso a medida correta. E esse é o problema. Muitas vezes não conseguimos a medida correta.

100C - Você já atuou em diversas áreas dentro do jornalismo, qual foi a que você mais gostou e por quê?
EL - Gostei mais da política. Política não é somente Câmara, Assembléia, Congresso, etc. É a forma como se administra. A política influencia diretamente na vida das pessoas. E tentar trazer isso para o cotidiano é uma tarefa importante do jornalista. Tentar mostrar e decifrar para o leitor o que quer dizer aquele determinado projeto, como ele vai afetar na vida das pessoas é muito importante.

100C - Qual foi a sua maior alegria e a maior decepção com o jornalismo?
EL - Não sei se é uma decepção, mas um descontentamento. Seria a de ainda não conseguir dar voz a todos. O jornalismo, infelizmente, ainda não consegue ser plural. Poucas pessoas, poucos segmentos falam em um jornal - incluo essa situação principalmente na grande imprensa. São sempre as mesmas fontes, sempre os mesmos entrevistados, conforme o viés que é buscado dentro da pauta. E nós jornalistas talvez ainda não nos atentamos para isso e não temos a virtude de reconhecer nossos erros. Torcemos o nariz quando falam da gente. Ou reclamamos quando querem discutir a mídia. Um telespectador que assiste a um jornal à noite, por exemplo, vai encontrar sempre uma mesma tendência de notícia puxando para um lado. Já a maior alegria é saber que, embora tenhamos tantos problemas e muitos desafios, ainda conseguimos encontrar no jornalismo opções e trabalhos sérios, de empresas e de pessoas que querem informar. É, o desafio de informar com qualidade, ‘sem amarras’.

100C - Você tem alguma sugestão para o 100 Comunicação?
EL - Primeiro gostaria de agradecer o convite de ser entrevistado. Fui muito sincero nas minhas respostas. Acho que não vão dar polêmicas. Uma sugestão: porque o 100 Comunicação não cria em um final de semana ciclo de palestras de profissionais do Alto Tietê? Basta alugar um local e convidar os jornalistas para falar de suas experiências para os mais jovens que estão começando. Seria legal essa troca de idéias.

100C - Destaque um ponto positivo e um negativo do 100C.
EL - Um ponto positivo é que o 100 Comunicação está cada vez mais abrindo espaço para jornalistas como um fórum de discussão da mídia e experiências profissionais. Parabéns mesmo. O ponto negativo: acho que poderia dar uma melhorada no layout do blog para deixá-lo mais atraente, mais ‘leve’ de ler e encontrarmos as entrevistas e notícias mais facilmente.

100C - Você é casado com a Cristina Gomes (Chefe de reportagem do Grupo Mogi News), como é esse relacionamento extra-redação? Existem conversas sobre as redações, pautas ou vocês separam o profissional do pessoal, uma vez que os jornais são concorrentes?
EL - Sim. A gente consegue separar muito bem o profissional do pessoal. Aliás, em casa quase não falamos sobre jornal. É muito difícil. Vivemos como no filme “Feitiço de Áquila” – à noite quando chego ela já está dormindo. Quando ela sai de manhã às 7h40 para trabalhar estou acordando (meio sonolento). Então não dá tempo para conversarmos. Mais no final de semana falamos sobre a casa e os nossos filhos.

100C - Como editor-chefe do Diário de Suzano, qual foi a publicação que você teve mais orgulho e a que você não gostaria de ter feito?
EL - A que não gostaria de ter feito, mas que ficou, na minha opinião, nota 10 foi a eliminação do Brasil na Copa de 2006 para a França. Fiz uma manchete diferente, poética. O Brasil perdeu para a França por 1 a 0 com Zidane dando um show em campo. A manchete ficou assim: “No meio do caminho, havia um Zidane”. Foi uma referência ao poema de Carlos Drummond de Andrade “No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho”. Sobre a que tive mais orgulho realmente são muitas capas legais. Não dá para dizer uma só. Acho que todas têm o mesmo peso.

Perguntas para quebrar o gelo:

100C - Conte duas ou mais situações engraçadas que você passou no jornalismo.
EL - Já foram muitas situações engraçadas, como as que você vai para uma pauta e descobre que o evento é somente no dia seguinte. Tem também as pessoas que ligam para o jornal para dizer que a casa está pegando fogo. “Você já ligou para os bombeiros?”, logo pergunto. “Não!”, é a resposta do outro lado da linha. Tem também o dia em que uma mulher ligou para ‘denunciar’ que a esposa de um guarda rodoviário estaria “pulando a cerca”. Ficou inconformada e queria que fizesse matéria.

100C - Destaque três atuais e três ex-companheiros de trabalho que você classifica como “fora do normal”, seja pela personalidade, loucura ou coisas do tipo. Explique:
EL - Os três fora do normal são: 1) o editor de fotografia Piero Leite. Brinco com ele porque, apesar de quase 15 graus de miopia, consegue fazer boas fotos. Falo para ele o seguinte: “Você só faz fotos boas porque não enxerga direito”. Mas, é somente brincadeira. Ele usa óculos e lente e é um grande profissional.

2) Gabriele Doro – é a editora-adjunto. Considero o ‘trator’ da redação: edita, faz matéria, ajuda na pauta. Se deixar faz cafezinho, varre o jornal, etc. É muito prestativa no trabalho. Excelente pessoa.

3) O seu Carlos Nego, que tem 35 anos, de jornal ainda não se familiarizou com o computador. Ele escreve a coluna “Bola de Meia” todos os dias (quase 10 mil toques), mas não grava na ‘rede’, vai embora sem deixar o nome do arquivo, e a gente tem de ficar ‘à caça’ do material produzido por ele. Mas, não é por maldade ou displicência, mas simplesmente porque, até hoje, não se adaptou ao computador. Outra coisa: se o São Paulo perdeu, melhor não falar com ele.

Dos ex-companheiros destaco o Marco Aurélio Sobreiro, ex-editor-chefe do DS que, para mim, é ‘editor-chefe vitalício’ que tinha a mania de não ficar esperando os jogos do Corinthians de quarta-feira à noite na redação. Ia para a casa dele e depois voltava. Ficava nervoso com o time dele. Sempre quando chegava na redação e olhava para a tevê via o adversário cruzando a bola para a área do time corintiano. Tinha de tomar calmante. Outra pessoa muito gente boa é o Leonardo, repórter que trabalhou no DS. Tudo está legal para ele. Não reclama de nada. Para tudo ele diz “Obrigado, obrigado, obrigado”. “Figuraça”.

100C - O que é mais difícil, atuar como repórter, assessor de imprensa, editor, editor-chefe ou as reuniões com o senhor Octávio? Por quê?
EL - Acho que é atuar como assessor de imprensa. O assessor de imprensa tem uma função completamente diferente daquela que o repórter está acostumado. Tentei ser assessor de imprensa na Prefeitura de Ferraz. Li alguns livros para me atualizar mas não consegui ser um ótimo assessor, simplesmente porque não conseguiu guardar informações ‘confidenciais’. Queria sempre divulgar tudo de bom e de ruim. Dizia para o prefeito: não podemos deixar uma pergunta de um jornal sem resposta. Ele me dizia: “Edgar você exercendo papel de assessor de imprensa é igual deixar um lobo cuidando de um monte de ovelhas. Vai sair m... Porque você não consegue guardar segredo, quer divulgar tudo”.

Já as reuniões com o seu Octavio são bem tranqüilas. Ele é jornalista. Sabe como funciona o nosso trabalho. Apesar de dono e diretor de Redação, deixa a gente trabalhar imparcialmente, mas com muita responsabilidade. Como todo chefe faz muitas cobranças, mas é um diretor de Redação presente. Sabe tudo o que vai sair no dia seguinte. É extremamente organizado. Tudo está em pastas e gavetas na sala dele. Vejo o sr. Octavio mais como jornalista do que como empresário.

100C - O que você achou do “descarte” do diploma para o exercício do jornalismo? Aproveite e deixe um recado para o Gilmar Mendes.
EL - A queda do diploma foi um equívoco que deverá ser reparado. O ministro Gilmar Mendes baseou sua decisão na ‘liberdade de expressão, de opinião’. Mas, na verdade a matéria-prima do jornalista não é a opinião. É, na verdade, a notícia. Só se escreve notícia, com lide, com técnica, com começo, meio e fim quando se é um jornalista formado. Opinião todos os jornais já destinam espaço para publicá-las. Ou seja, nunca haveria privação ou impedimento das opiniões de um determinado segmento. Então se a matéria-prima é a notícia é preciso existir a figura do jornalista formado. Por outro lado é importante para reserva de mercado. Mas, é bom que se diga. Não é somente as faculdades que vão formar um bom jornalista. A pessoa individualmente tem de gostar da profissão, ler muito e escrever bastante. Espero que a exigência do diploma volte o mais rápido possível.

Ping Pong

100C - Time
EL - Palmeiras

100C - Desejo
EL - Ver os meus filhos (Sofia e Tomas) crescerem e me ‘aposentar’ bem velhinho ao lado da Cristina.

100C - Música
EL - Flash Back, MPB e clássicos. Experimentem ouvir Burth Bacharath, Carly Simon, The Carpinters, Enio Morricone, The Corrs, Dionne Warwick, George Benson. E também MPB: Flávio Venturini, 14 bis, entre outros. Lamentei muito a morte de Zé Rodrix (escutem “Eu quero uma casa no campo”).

100C - Jornalismo
EL - É o desafio de todos os dias.

100C - 100 Comunicação
EL - Um ótimo espaço para os jornalistas.

100C - Passado
EL - Tenho muitas saudades. Da minha infância, dos meus amigos, do meu pai, do meu início na escola.

100C - Presente
EL - Momento de muitas responsabilidades.

100C - Futuro
EL - Está logo ali.

100C - Se defina em uma única palavra
EL - Nostálgico.

100C - Deixe um recado para os alunos sonham ingressar no jornalismo.
EL - O jornalista, principalmente se for de jornal impresso, tem de escrever bem. Se não escrever bem, não conseguirá ser um jornalista. É preciso se fazer entender nas palavras, o que realmente é difícil, muitas vezes. Para isso, é fundamental a leitura. Leiam jornal e literatura, principalmente. Fiquem antenados do que acontece no mundo no País e ao seu redor, na sua cidade. O jornalista tem de conhecer um pouco de história do Brasil, um pouco menos de história do mundo e ter uma boa capacidade cultural. A geração de hoje tem um leque muito maior de informações, diferente da minha. Hoje, existe a internet, as redes sociais, livros que podem ser baixados pela internet. Então é isso. Um abraço a todos!

CONFIRAM todas as entrevistas feitas em 2011 no arquivo da Seção Raio-X clicando aqui!

Um comentário:

  1. Parabéns ao 100C pela entrevista feita ao grande jornalista e amigo Edgar. Faz muito tempo que não o vejo. Estou com saudades dos bons papos. Um rapaz educado, fino e sabio. Merece o cargo com certeza que ocupa. Sucesso a você Edgar, e continue sempre assim, humilde como você sempre é e foi no passado. Um grande homem e um grande jornalista.
    Wesley Campos
    Jornal News Time

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