A 14º entrevista da Seção
Raio-X apresenta um fotógrafo que é uma verdadeira figura. João RICARDO do
Espírito SANTO atua há fotojornalismo há três anos e meio enesse curto espaço
de tempo já cativou inúmeros amigos no meio da comunicação. Nascido em Mogi das
Cruzes, cidade onde mora atualmente, o fotógrafo se define como louco por
natureza, amigo, companheiro, hiperativo demais, além de ser desorganizado ao
extremo. “Isso é uma das coisas que preciso mudar urgentemente”, afirmou.
Confiram a entrevista na íntegra e conheçam mais desse grande profissional e um
cara super gente boa.
100C - Quem é Ricardo
Santo?
RS - Alguém que não desiste
dos objetivos tão facilmente. Música (tanto apreciando como compondo) e
fotografia são umas das minhas paixões, além de cinema, séries e tecnologia (só
me falta dinheiro)... sem esquecer os esportes, claro. Sempre que posso gosto
de viajar e estar perto de meus amigos de verdade, namorada e família.
Resumindo amo a vida em todas as suas formas.
100C - Por que o
fotojornalismo?
RS - Na verdade, quando
comecei a trabalhar, aos 13 anos, trabalhava com vídeo, filmava e editava
casamentos para meu pai e profissionais do meio. Fiquei nisso durante muito
tempo, acho que ate os meus 23 anos, com o tempo fui me desgastando e vendo que
não era bem isso que queria, nesse meio tempo havia um primo meu que trabalhava
no fotojornalismo, o saudoso Gino de Siqueira, e ficava admirado com essa
profissão, adrenalina, sempre algo diferente, era isso que queria pra mim, a partir
daí era isso que queria pra minha vida.
100C - Depois que você
entrou para essa área, aonde você já trabalhou e em que cargo? Aonde você
trabalha atualmente e há quanto tempo? Qual função exerce?
RS - Assim que descobri o
fotojornalismo, comecei a correr atrás de algum jornal pra trabalhar, foi ai
que entrei no Diário de Mogi, em abril de 2008, por intermédio do meu “chefe”,
amigo e professor Edson Martins, o Edinho. Mas, quando entrei lá, foi para
fazer o fechamento e arquivo do jornal, aceitei, pois só de estar no meio de
uma redação fazendo parte daquilo já era bom
pra mim, levo até hoje como um aprendizado, quando entrei pensava que
entendia bem de fotografia, mas percebi que engatinhava ainda, devo muito a esse
tempo que passei e passo lá, recentemente em maio de 2010 minha querida amiga
Juliana Nakagawa me convidou para trabalhar em um projeto com ela na Folha Metropolitana,
de Guarulhos. Hoje exerço a função de “editor de fotografia” no Diário e
fotógrafo na Folha.
100C - Depois de tanto
tempo atuando na área, como você o fotojornalismo? É exatamente aquilo que você
imaginava? Por quê?
RS - É e não é, na verdade
assim, sempre imaginei que fotografia jornalística sempre teria aquela
adrenalina, correria e tal. Mas o que hoje em dia é aqui na região são mais
reuniões e política. Uma vez ou outra acontece algo que me sinto realmente como
fotojornalista, por isso quero partir rumo à capital, pra sentir aquela emoção
e adrenalina que tanto procuro, fora que não é tão rentável, principalmente por
aqui, onde os donos dos jornais não valorizam tanto tal profissão. Pensam que é
fácil, já ouvi muito disso, mas só quem sai na rua e se molha em enchentes, se
queima em incêndios ou tem que enfrentar uma multidão de outros profissionais e
o povo quando tem “políticos importantes”, que sabe o quão árdua é essa
profissão, só sendo louco e apaixonado pelo que faz mesmo... por isso estou
aqui.
100C - Qual foi a pior e a
melhor pauta que você cobriu?
RS - É difícil descrever
qual melhor e pior pauta, boa pauta é aquela que rende fotos boas, que você sai
satisfeito, literalmente com um sorriso no rosto e pautas que não gosto são
aquelas que citei anteriormente como reuniões em prefeitura, câmara, etc. Mas
uma boa foi quando tive que literalmente mergulhar no Tietê, estava com a
Priscila Ribeiro cobrindo enchente em Mogi das Cruzes e pra conseguir imagens
boas segui no meio do rio que já cercava as casas com água ate o peito, haviam uns moradores
com barco onde peguei uma carona segui com eles ate locais onde pessoas estavam
ilhadas foi nesse dia que comecei a sentir o que realmente era aquilo, mesmo
com o perigo de doenças e outras coisas estava feliz por estar ali e triste ao
mesmo tempo por ver tantas pessoas passando por aquilo. Também tem casos
recentes como o julgamento dos skinheads, onde juntamos todos os amigos fotógrafos
em uma correria pra conseguir imagens boas deles saindo, adrenalina que sinto
falta no dia a dia.
100C - Se possível,
destaque três colegas do jornalismo e fotojornalismo na região que você admira
o trabalho.
RS - Todos com quem
trabalhei me ensinaram alguma coisa, agradeço muito por algumas pessoas terem
passado por minha vida, mas a Ju foi e é umas das mais especiais pra mim,
jornalista excelente, inteligente, me ensinou e ensina muito ainda, admiro
muito a perseverança do Warley Leite lembro dele no começo, correndo atrás das
coisas sem mesmo saber se conseguiria ou não trabalhar ali, além de ser um
ótimo profissional, daquele que vai até onde for pra conseguir o que quer, e
meu querido amigo e “chefe” Edinho, que mesmo hoje, desgastado pelo tempo ainda
segue firme e muito bem naquilo que faz, um dinossauro da fotografia, além de
amigos e excelentes profissionais com Amanda Almeida, Thiago Campos, excelente
repórter esportivo, foi pra África na Copa com seu próprio esforço, Evaldo
Novelini, Osvaldo Birke, Adriano Vaccari...
tem muitos outros, como falei, todos que passaram na minha vida deixaram algo
bom. Ter amigos é o mais importante na vida.
100C - O que é o
fotojornalismo para você?
RS - Um jornalista quando
vai para alguma pauta têm em seu poder, as palavras para transmitir a emoção do
que aconteceu e, nós fotógrafos, temos que em uma imagem apenas transmitir a
mesma emoção, seja em um incêndio onde famílias perderam casas, amigos, seja em
algo bom como comemorações por algum motivo, tem que ter um olhar, não é só
pegar uma câmera na mão e sair fotografando, tem que fazer com que a pessoa que
pegue o jornal, olhe para a foto e entenda o que esta acontecendo ou aconteceu.
Uma das minhas fotos preferidas, só pra dar de exemplo é a de Kevin Carter, um
dos fotógrafos que cobriram o Apartheid, uma foto de uma criança sudanesa que
já sem forças para buscar comidas sofre a espreita de um abutre, uma imagem
chocante, mas que detalha bem o que estava acontecendo, esse é o verdadeiro
fotojornalismo, não precisa de legenda.
100C - Qual foi a sua
maior alegria e a maior decepção com o fotojornalismo?
RS - A minha maior alegria
é estar no fotojornalismo e decepção é o comodismo que as redações sofrem hoje
em dia, principalmente aqui na região, tem muito fotógrafo e jornalista, hoje
em dia por ai que, não se importa em fazer o melhor, se contenta em só fazer o
básico, e isso não é fotojornalismo, não criam, sempre a mesma coisa, mas isso
é um reflexo do descaso dos jornais com essa profissão. Não aguento ver alguns
parados no canto enquanto você se mata pra correr atrás do melhor ângulo,
olhar, mas... continuo fazendo o meu, ganhando mal ou não. Gostar do que se faz
é o que diz se você é pra essa profissão ou não.
100C - Você tem alguma
sugestão para o 100 Comunicação?
RS - Sim, que se
transforme em um site, mas no mesmo formato de blog, para que possa ter bem
mais conteúdo. E que comece a agregar profissionais de cidades próximas a
região, conhecimento nunca é demais.
100C - Destaque um ponto
positivo e um negativo do 100C.
RS - Negativo? Acho que
nenhum, pois faltava um meio como esse, onde profissionais possam se comunicar
entre si, fazer protestos, tem ate jornalistas que conseguem emprego por aqui.
Esse é o ponto positivo. Só precisamos mais de conteúdo, futuro tem.
100C - O que você mais
gosta e o que você mais odeia nas pautas?
RS - Encontrar amigos que
basicamente só vemos em pautas, conversar, relembrar histórias. Conseguir boas imagens
é sempre bom também. Além das pautas que tem boca livre claro... o que mais odeio é chá de cadeira dos
políticos, além de puxa-sacos desses mesmos políticos, uma coisa que me irrita
são esses mesmos discursos de sempre... queria ter um fone de ouvido na hora...
hahaha
100C - O que você espera
para o seu futuro profissional?
RS - Espero continuar no fotojornalismo até
onde aguentar, mas sempre pensando em sair da mesmice, me reinventando, criando
e isso só conseguirei fora da região, a capital é o meu próximo objetivo. 2012
que me aguarde.
100C - Você tem algum
trabalho paralelo junto ao jornal? (ex.: blog, freela, entre outros)
RS - Não, somente hobbies,
como disse adoro música, tinha uma banda que até era conhecida em Mogi, o “Propósito
Nenhum” (belo nome haha), estou com projeto de outra, fora que gosto de design,
então uma vez ou outra me aparece algum trabalho pra fazer, seja pra amigo ou
pra conhecido, ai sim rola uma graninha...
Perguntas para quebrar o
gelo:
100C - Conte duas ou mais
situações engraçadas que você passou no fotojornalismo.
RS - São tantas. Uma delas
você (Ronaldo Andrade) estava presente, em uma reunião do Condemat, em Arujá,
que são realizadas bem cedo, sempre chego com muito sono, nesse dia quando
chegamos, Ju e eu, fomos ao encontro de vocês que já estavam lá, fui
cumprimentando um a um, quando cheguei em uma pessoa que trabalha ou trabalhava
com você, fui cumprimentar com um beijo no rosto e ela recuou e me deu a mão, foi
quando percebi que era homem, hahaha, foi hilário e vergonhoso ao mesmo tempo,
todos rindo de mim. E na redação do Diário sempre tem momentos engraçados, com
Edinho, Warley, Eisner, entre outros, momentos muito bons, esse é um dos
motivos de continuar por lá, amigos que fiz e tenho pra sempre. Por falar em Eisner,
esse tem muitas histórias engraçadas, mas que não posso citar.
100C - Destaque três
atuais e três ex-companheiros de trabalho que você classifica como “fora do
normal”, seja pela personalidade, loucura ou coisas do tipo. Explique:
RS - Sempre que for
preciso citar alguém, a Ju vai estar no meio, ela é fora do normal,
literalmente, tanto pela loucura como pela profissional que é, tem também o Warley
como disse, mas esse já pela loucura ao extremo, dia desses estava em um
incêndio no Rodeio, quando voltou pra redação me contou que havia subido em um
piso que já estava pra cair, não era pra menos que acabou caindo, e, em cima
dele um caibro que, por sorte, só pegou no flash dele, Thiago Campos por sempre
lutar pelo que quer e ser um amigo e excelente jornalista, Mariana Nepomuceno
por ser quem é, inteligente, amiga, sempre fazendo o melhor, fora que ela tem
que aturar cada uma, ex-companheiros cito Evaldo Novelini, devorador de livros
e uma pessoa de uma inteligência fora do comum, assim como Amanda Almeida minha
querida “mãezona” sempre me dando conselhos até fora do jornal, e outros ex-companheiros
como Karina Matias, Cleber Lazo, sem esquecer da Heloisa Rizzi que tinha um
olhar apuradíssimo como fotojornalista, as vezes sinto falta das fotos dela,
quando faço fechamento do jornal.
100C - O que é mais
difícil, aturar aquelas pautas chatas e intermináveis ou a Juliana Nakagawa?
Por quê?
RS - Com certeza pauta
chata, por que na verdade quem me atura é a Ju, não tenho mais como predicar
minha querida e melhor amiga Ju, se bem que às vezes, ela tem uns ataques,
haha, mas nada como uma bela risada pra tudo voltar ao normal. E Juliana Nakagawa,
que historia é essa de sair por ai me agenciando? Hahahah (Se não entendeu leia a entrevista de Juliana Nakagawa, clicando aqui)
Ping Pong
100C - Time
RS - São Paulo
100C - Desejo
RS - Que o fotojornalismo se torne mais forte
na região
100C - Música
RS - Foofighters, na
verdade gosto da boa musica
100C - Jornalismo
RS - Paixão
100C - 100 Comunicação
RS - Um ótimo blog, que
tenho esperança que se torne um site com mais conteúdo.
100C - Passado
RS - Não mudo nada.
Aprendi muito com tudo o que passou.
100C - Presente
RS - Aprendendo muito
100C - Futuro
RS - São Paulo, em alguma
grande redação, objetivo atual.
100C - Se defina em uma
única palavra
RS - Apaixonado e louco
por tudo o que gosto e me faz bem.
100C - Deixe um recado
para os alunos sonham ingressar no fotojornalismo.
RS - Sempre vou apoiar á
quem me pergunta se vale à pena trabalhar com fotojornalismo, mas sempre com um
adendo, só vale a pena se for apaixonado por essa profissão, se for pra entrar
pensando em ganhar muito dinheiro, com certeza vai se decepcionar e se tornar
como alguns que conheço. Portanto, se você for apaixonado por essa profissão,
vá em frente, não ligue para o que outras pessoas digam, correr atrás dos seus
sonhos é o que te torna um ser humano, o que te faz ser melhor e maior. A
felicidade nem sempre esta no quanto você ganha, e, sim se faz com amor. Se bem
que se conseguir juntar os dois é bem melhor... hahahahah
OBS.: A Seção Raio-X está sendo postada, excepcionalmente, nesta quarta-feira, devido ao falecimento do jornalista e blogueiro Ale Rocha, ocorrido nesta terça-feira, dia 06. A partir da próxima semana, a Seção volta a ser publicada às terças-feiras.
CONFIRAM as demais entrevistas no arquivo da Seção Raio-X clicando aqui!
Ri, você é o meu orgulho e sabe disso! Desejo todo o sucesso do mundo a você, que faz jus ao sobrenome Santo... Beijo, Gininho!!! rs
ResponderExcluirOlha, mandou bem hein garoto!!
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