segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

SEÇÃO RAIO-X Nº 36 - Marta Vicentin

Foto: Anderson Rois

Há 25 anos, quando chegava em Mogi das Cruzes/SP para cursar Jornalismo, Marta Vicentim, 43 anos, nascida na cidade de Charqueada/SP, não imaginava a belíssima carreira que teria pela frente, proporcionando a ela reconhecimento, admiradores do seu trabalho, competência e profissionalismo, além de amigos/aluno que aprendem com ela a cada dia de convivência.

Como não poderia ser diferente, Marta é apaixonada pelo jornalismo e, obviamente, pelas filhas Bárbara (20 anos) e Beatriz (08 anos). Aparentemente calma, quase “paz e amor”, costuma ser, na maioria das vezes, emoção e nem sempre a razão e tem como uma das suas principais características o fato de “ser uma pessoa totalmente do bem”.

Amante de uma boa música, Marta costuma ir a shows, barzinhos com som ao vivo, balada com banda. “Tenho alma de artista, mas prefiro usá-la como espectadora (é mais prudente...rs)”, afirmou. Ealém da música, ela também curte teatro, exposições de artes e tudo que desperte emoções, isso sem falar nos almoços, jantares e encontros com pessoas queridas também a divertem bastante.

Foto: Arquivo pessoal/Marta Vicentin

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

100C - Por que o jornalismo?
MV - Porque sempre gostei de escrever. Sabe aquela história da aluna que sempre tirou boas notas em redação? Então, sou a própria. Desde sempre quis ser jornalista. Meus pais me influenciaram com certeza, porque em casa sempre se leu, se ouviu e se discutiu notícia. Meu pai teve descolamento da retina e, com a visão prejudicada, pedia para eu ler as matérias do jornal para ele todos os dias. Fui tomando gosto pelo universo da informação assim que entendi como uma notícia podia mudar a vida das pessoas para melhor.

100C - Qual foi a sua trajetória no jornalismo?
MV - Ainda estudante de Jornalismo, iniciei minha carreira como estagiária na Doce Revista, uma publicação mensal, dirigida ao setor atacadista doceiro, de circulação nacional. Quando me formei, em 93, fui contratada. Em 1997, entrei no Mogi News como repórter do caderno Cidade e quando o jornal se tornou diário, virei editora de Cultura e criei o Caderno Mulher, o primeiro suplemento feminino da imprensa regional, na época com matérias e fontes de Mogi das Cruzes e Alto Tietê. Em 2005 fui trabalhar com o colunista Willy Damasceno, produzindo os programas de TV e rádio dele, além de produzir conteúdo para o site Willy Virtual. Em 2007 voltei para o Mogi News, como editora do jornal DAT e depois como uma das editoras do Mogi News, de onde saí no fim de 2014 para trabalhar como redatora da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Neste tempo todo, também atuei no jornal A Semana, no Caderno W,  participei como autora , em parceria com as também jornalistas Suéller Costa e Miliane Morais, de um livro sobre a história de Guararema, e escrevi para o livro W, de Willy Damasceno.

100C - Como pintou essa oportunidade de assumir a assessoria de imprensa da UMC?
MV - Depois de um ano atuando como redatora da Gerência de Marketing e Notícias do Campus Mogi das Cruzes da UMC, recebi, no mês passado, o convite para assumir a Assessoria de Imprensa. É um desafio bom por dois motivos: primeiro porque me formei na instituição e depois porque nestes meses em que estou lá, constatei a seriedade e a preocupação que todos têm com a qualidade de ensino e também de formar pessoas para o mercado de trabalho e para a vida.

100C - Qual é o sentimento de voltar à UMC?
MV - O melhor possível. Veja só como é a vida: voltei onde tudo começou. Vim para Mogi para estudar jornalismo na UMC e 22 anos depois de formada, volto para trabalhar na universidade. Acho nobre trabalhar com educação neste país, fazer parte do processo que ajuda a realizar os sonhos dos estudantes em busca de uma profissão, seja divulgando os investimentos em qualidade de ensino, contribuindo com fontes para as matérias jornalísticas dos colegas de Imprensa ou informando sobre as ações da UMC que oferecem atendimento gratuito à comunidade. São 53 anos de história e tradição, mais de 116 mil alunos formados na graduação, investimentos em pesquisa científica e cursos bem avaliados. Para mim, tudo isso é motivo de muito orgulho. Ah... voltei a estudar na UMC, faço mestrado em Políticas Públicas.

100C - O que é melhor, redação ou assessoria de imprensa?
MV - São trabalhos diferentes. Agora estou do outro lado da notícia, o que também é muito bom e tem me surpreendido dia a dia porque minha rotina também é garimpar a notícia. E tenho descoberto projetos bacanas, em todas as áreas, professores muito bons, que dominam o conhecimento, projetos de pesquisas que eu nem imaginava existir, enfim, também é preciso ter muito responsabilidade para divulgar uma notícia para a Imprensa. Já a redação é pura adrenalina e inquietação, impossível não se apaixonar por essa “fábrica de loucos”. Mas as redações estão enxutas por conta da crise que assola principalmente os impressos, já não é possível denunciar tanto, fazer pautas incríveis, enfim, perdeu-se muito do encantamento.

100C - Qual foi a pior e a melhor pauta que você cobriu?
MV - Tem imagens que não saem da minha cabeça. Fiz muitas matérias no antigo Lixão da Volta Fria, e lá via muitas crianças se misturando com o lixo, pequenas, indefesas e tentando achar algo naquelas montanhas fétidas que rendesse algum dinheiro ou possibilidade de uso. Vi crianças comendo lixo em meio aos urubus e isso mexeu muito comigo. Ainda sou capaz de sentir aquele cheiro horrível, fruto do descaso e da irresponsabilidade das autoridades. Graças a Deus este lixão não existe mais.
Os bastidores da política também me decepcionaram bastante, sei lá, no começo da carreira eu acreditava na boa fé das pessoas.
A melhor pauta é sempre aquela que o jornalista descobre algo. Era 1999, sentada no meu computador na redação eu via todos os dias, pela janela, um palhaço passar na rua cantando, brincando com as pessoas. Até que um dia eu resolvi chamá-lo para conhecer a sua história: era o Bubu, pai de família, desempregado, que estava tentando descolar um dinheiro na rua. Senti uma sinceridade tão grande nas palavras dele, que publiquei uma página na edição de domingo. Na segunda-feira, ele voltou no jornal para agradecer a matéria, chorava copiosamente - e eu junto, é claro, - e me agradecia. Eu não entendi muito bem tantos agradecimentos, mas dias depois me dei conta que a vida dele mudou a partir do texto que escrevi, pois antes, ninguém contratava um palhaço desconhecido para chamar clientes nas lojas. Depois sim, a vida dele ficou mais leve. Então, são essas surpresas boas que a profissão nos reserva. Citei apenas um exemplo dos muitos que vivenciei.

100C - Se possível, destaque três colegas do jornalismo na região que você admira o trabalho.
MV - Brás Santos, pelo atrevimento
Eliane José, pela experiência e o toque humano que ela imprime nas matérias e nas pautas
Cristina Gomes, pelo jogo de cintura nas pautas políticas

100C - Qual foi a sua maior alegria e a maior decepção com o jornalismo?
MV - Alegria é poder comemorar aquela matéria que resolve o problema de uma comunidade, de um cidadão de bem. Infelizmente, nesta cidade e nesta região muitas coisas só são resolvidas pelo poder público depois que são denunciadas no jornal.

100C - Você tem alguma sugestão para o 100 Comunicação?
MV - Sim. Gostaria de ver artigos escritos pelos colegas jornalistas, de temas livres e variados.

100C - Destaque um ponto positivo e um negativo do 100C.
MV - Positivo: É o 100C existir (rs)
Negativo: Passo essa resposta (rs)

100C - Você já pensou em atuar como professora para os futuros jornalistas?
MV - Quem sabe consigo conciliar daqui a um tempo? O mestrado vai me capacitar para isso.

Foto: Arquivo pessoal/Marta Vicentin

Ping Pong

100C – Time:
MV - Não entendo nada de futebol… só me lembro do 7x 1 da Copa

100C - Desejo:
MV - Deixar um mundo melhor para as minhas filhas

100C - Música:
MV - Índios, Legião Urbana (e todas do rock nacional dos anos 80)

100C - Jornalismo:
MV - É o olhar sensível, a intuição e a inquietação

100C - Passado:
MV - É um baú de memórias pra abrir de vez em quando e sentir que se está vivo

100C - Presente:
MV - É viver um dia de cada vez

100C - Futuro:
MV - É uma caixinha de surpresas

100C - Se defina em uma única palavra:
MV - Mulher-Maravilha (tem que ser heroína para conciliar tudo... rs)

100C - Frase:
MV - A vida começa todos os dias (Lya Luft)

100C - Sugestão de três nomes que você gostaria de ver nesta seção:
MV - Simone Leone, Maria Salas, Katia Guimarães, Miliane Moraes, Cristina Gomes, Tiago Pantaleon e o mestre Chico Ornellas.

Foto: Arquivo pessoal/Marta Vicentin

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2 comentários:

  1. Legal ver as pessoas com quem trabalhei em destaque. Parabéns Marta pela nova empreitada. Voltar às origens sempre é legal, não importa a forma. É essa a energia que sinto quando visito aí a UMC. Sucesso!

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  2. Parabéns, minha eterna "mestra". Deus queira que você possa se tornar professora na UMC para que outras pessoas tenham a oportunidade de aprender contigo!!! Ah, obrigada pela indicação para ser entrevistada, rsrsrs. Bjs e mais sucesso...

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