sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Espaço Foca nº 02 - Bruno Rocha


O Espaço Foca está de volta para apresentar BRUNO Cândido da ROCHA, 20 ANOS, aluno do 6º semestre do curso de Jornalismo, na Universidade de Braz Cubas (UBC), em Mogi das Cruzes. Nascido e criado em Mogi, o “mogiano do caqui” como ele mesmo se define, mal foi anunciado como próximo entrevistado já criou polêmica, uma vez que, o fotógrafo da Secom/Poá, Julien Pereira, afirmou que ele de foca não tem nada e que está mais para “Leão Marinho”.
CONFIRAM na íntegra a entrevista com mais um aluno que está se preparando para ingressar na área da comunicação e como ele não perde tempo em detonar o amigo fotógrafo.

100C - Quem é Bruno Rocha? (faça uma auto avaliação)
BR - Bruno Rocha é um cara que gosta de, sempre que possível, estar com os amigos, seja para bater um papo, tomar uma cerveja ou até mesmo trabalhar. Tento sempre estar feliz e de bem com a vida e deixar os problemas de lado. Afinal, problemas todos têm, né? Gosto muito de esportes, principalmente futebol e o meu Palmeiras. Sim, sei que a fase não é boa, mas o Palmeiras eu não largo! Hahaha...

100C - Porque o jornalismo?
BR - Não sei dizer EXATAMENTE o motivo que me fez escolher o jornalismo. Quando comecei a faculdade, a UBC oferecia o curso de Comunicação Institucional, tecnólogo de quatro semestres que era base para Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Entrei com a ideia de fazer Publicidade, mas uma certa matéria (Fundamentos Técnicos de Jornalismo), que eu tive no 2º semestre, me fez ver o “mundo jornalístico” por um outro ponto de vista. Foi aí que eu mudei de ideia e parti pro Jornalismo. Talvez, por coincidência ou não, foi neste mesmo semestre (2º) que apareceu a oportunidade do estágio na TV Diário.
Acho que por ser filho de advogado, acabei herdando um pouco o gosto pela leitura e também sempre fui muito comunicativo, além da facilidade de escrever. Se fosse escolher um motivo para escolher o jornalismo, seria esse negócio de estar sempre em contato com alguém, sempre se comunicando e conhecendo coisas novas por olhares diferentes.

100C - O que você espera do jornalismo?
BR - Primeiro eu espero que a profissão volte a ser tão valorizada como era antes. Não que hoje não seja, mas o fato de não precisar mais de diploma fez com que se tornasse uma “profissão secundária”, se é que posso definir assim. A dedicação para o exercício da profissão é necessária em qualquer área, mas os jornalistas devem prezar ainda mais por isso, seja em suas apurações ou até mesmo no fechamento de uma edição de jornal, uma vez que a credibilidade é o nosso carro-chefe. Às vezes, um pequeno deslize de apuração pode arruinar toda uma carreira. E esta talvez nem seja a do responsável pelo erro. Então o que espero é isso: O reconhecimento e a dedicação.

100C - Você é estagiário da TV Diário desde quando? Esse é o seu primeiro estágio? Se não for, aonde mais você estagiou?
BR - Eu entrei na TV Diário em fevereiro de 2010, depois de ter feito um teste em dezembro de 2009. Já trabalhei com outras coisas, como no restaurante que minha família tinha (de caixa a chapeiro) e também de monitor de festas infantis, mas na área é o primeiro estágio.  

100C - Durante esse tempo de estágio como você avalia o jornalismo? É exatamente o que você esperava?
BR - São quase dois anos na TV já e é sim o que eu esperava. São os dias corridos, em que não se para um minuto, e os dias em que parece que “o mundo deu um tempo”. É aquilo de estar ligado e conectado o tempo todo a tudo que é possível e ter a ciência de que tudo que estava previsto pro dia pode ir “por água abaixo” por conta dos factuais.

100C - Se possível, destaque três colegas de universidade que você admira e que acredita que terão futuro no jornalismo?
BR - Acho que posso destacar o Rodrigo Mariano (também estagiário da TV Diário), a Aline Rodrigues (trabalha na assessoria da Ecopistas) e, por incrível que pareça, o Julien Pereira, da Secom/Poá. Hahahaha...

100C - Como você avalia o seu curso? A universidade está bem estruturada e oferece uma qualidade de ensino adequada? Por quê?
BR - O jornalismo da UBC já foi muito melhor. Hoje, o curso é bom, mas nada além disso. Utiliza bastante das atividades práticas, o que, no meu ponto de vista, incentiva o aluno e mostra mais de perto o que realmente é aquela profissão que ele escolheu. Infelizmente a estrutura é precária. Os computadores da “redação” (se é que pode ser chamada de redação) estão sucateados e muito ultrapassados (não têm nem mesmo uma entrada USB). Neste semestre houve um investimento em novas câmeras para o estúdio de TV, mas o teleprompter (TP), por exemplo, também é muito antigo. Os professores são bons e demonstram conhecimento naquilo que ensinam.

100C - O que você acha da decisão da Justiça, via Gilmar Mendes, sobre a queda da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para exercer a profissão?
BR - Sou totalmente contra. Assim como a Vivian Fernandes falou no Espaço Foca nº 1 (veja aqui), acredito que economistas têm muito mais capacidade de falar sobre o assunto do que alguns jornalistas, mas o fim do diploma faz com que QUALQUER pessoa se intitule JORNALISTA, como vários blogueiros e twitteiros. Essas pessoas devem saber que ser jornalista não é apenas repassar uma informação.

100C - Quando saiu a decisão do Gilmar Mendes pela queda da obrigatoriedade do diploma, você chegou a pensar em abandonar o curso e a profissão? Porquê?
BR - Não cheguei a pensar nisso não. Até porque quando decidi fazer jornalismo já havia saído esta decisão.

100C - Você tem alguma sugestão para o 100 Comunicação?
BR - Talvez uma área em que os profissionais possam escrever sobre temas variados seria interessante. Claro, se essas pessoas tivessem disponibilidade e vontade.

100C - Pelas conversas que vocês alunos têm em sala de aula, na sua opinião, qual é a maior dificuldade e o que mais é agradável dentro do jornalismo para os futuros jornalistas que ainda estão em formação?
BR - Com certeza o mais agradável é aquela troca de informação e a interação. A maior dificuldade, na verdade, acho que são duas: o pensamento provinciano que há na nossa região (Alto Tietê) e a ilusão de que jornalismo é aquilo que se vê no Jornal Nacional. Sei que o mercado é escasso e concorrido (e mal pago hahahaha), mas quase todos os meus colegas de classe já estão empregados ou já estiveram na área.

Perguntas para quebrar o gelo:

100C - Você estuda com o Julien Pereira, como e onde você arruma paciência para não cometer suicídio ou um homicídio em sala de aula?
BR - Olha Ronaldo, não penso no suicídio porque amo muito mais a minha vida do que pensar em acabar com ela por causa desse ser. Agora o homicídio até passa pela minha cabeça às vezes hahahahaha. A paciência deve vir das vezes que ele me salvou em alguns trabalhos, mesmo eu também tendo salvo essa pessoa em alguns outros. Hahahaha.

100C - Oque é pior, se formar em um curso onde o diploma está sem moral nenhuma ou sobreviver com o salário de estagiário?
BR - Ah, o diploma a gente releva, mesmo sendo contra a decisão. Agora sobreviver com o salário de estagiário é uma verdadeira mágica. Isso é realmente para poucos! hahahaha

100C - Em se tratando de jornalismo, onde você aprende mais, na Universidade ou na redação? Por quê?
BR - A teoria básica é na universidade, claro. Mas a convivência diária com outros profissionais e com a profissão em si ensina muito mais. A troca de informações e o conhecimento passado pelos mais velhos e experientes na área são mais do que essenciais pra um foca. Há muitas coisas que você não aprende na universidade.

100C - Deixe um recado para os seus amigos focas que estão sonhando em ingressar nesta no jornalismo.
BR - Quem tem a vontade e o sonho de entrar no jornalismo não pode ter a ilusão que eu já falei ali em cima: o jornalismo não é apenas o que se vê no Jornal Nacional ou só na televisão. É o perrengue do dia-a-dia na redação, a busca por pautas, fim dos feriados (sim, esqueçam os feriados) e de alguns finais de semana. Mas se esse é realmente seu sonho, vá atrás e busque o seu espaço. E faça tudo com dedicação e preze sempre pela credibilidade.

2 comentários:

  1. Finais de semana... feriados... ai ai...

    Boa Brunão, mandou bem!

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  2. Eu tardei, mas cheguei! Obrigada pela citação Brunão!!! Tenho certeza que será um baita profissional!

    Parabéns pela entrevista!
    Beijocas!
    Aline Rodrigues | @lininhahello | aline@fukunaru.com

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