O Espaço Foca está de volta para apresentar BRUNO Cândido
da ROCHA, 20 ANOS, aluno do 6º semestre do curso de Jornalismo, na Universidade
de Braz Cubas (UBC), em Mogi das Cruzes. Nascido e criado em Mogi, o “mogiano
do caqui” como ele mesmo se define, mal foi anunciado como próximo entrevistado
já criou polêmica, uma vez que, o fotógrafo da Secom/Poá, Julien Pereira,
afirmou que ele de foca não tem nada e que está mais para “Leão Marinho”.
CONFIRAM na íntegra a entrevista com mais um aluno que
está se preparando para ingressar na área da comunicação e como ele não perde
tempo em detonar o amigo fotógrafo.
100C - Quem é Bruno Rocha? (faça uma auto avaliação)
BR - Bruno Rocha é um cara que gosta de, sempre que
possível, estar com os amigos, seja para bater um papo, tomar uma cerveja ou
até mesmo trabalhar. Tento sempre estar feliz e de bem com a vida e deixar os
problemas de lado. Afinal, problemas todos têm, né? Gosto muito de esportes,
principalmente futebol e o meu Palmeiras. Sim, sei que a fase não é boa, mas o
Palmeiras eu não largo! Hahaha...
100C - Porque o jornalismo?
BR - Não sei dizer EXATAMENTE o motivo que me fez
escolher o jornalismo. Quando comecei a faculdade, a UBC oferecia o curso de
Comunicação Institucional, tecnólogo de quatro semestres que era base para
Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Entrei com a ideia de fazer Publicidade,
mas uma certa matéria (Fundamentos Técnicos de Jornalismo), que eu tive no 2º
semestre, me fez ver o “mundo jornalístico” por um outro ponto de vista. Foi aí
que eu mudei de ideia e parti pro Jornalismo. Talvez, por coincidência ou não,
foi neste mesmo semestre (2º) que apareceu a oportunidade do estágio na TV
Diário.
Acho que por ser filho de advogado, acabei herdando um
pouco o gosto pela leitura e também sempre fui muito comunicativo, além da
facilidade de escrever. Se fosse escolher um motivo para escolher o jornalismo,
seria esse negócio de estar sempre em contato com alguém, sempre se comunicando
e conhecendo coisas novas por olhares diferentes.
100C - O que você espera do jornalismo?
BR - Primeiro eu espero que a profissão volte a ser tão
valorizada como era antes. Não que hoje não seja, mas o fato de não precisar
mais de diploma fez com que se tornasse uma “profissão secundária”, se é que
posso definir assim. A dedicação para o exercício da profissão é necessária em
qualquer área, mas os jornalistas devem prezar ainda mais por isso, seja em
suas apurações ou até mesmo no fechamento de uma edição de jornal, uma vez que
a credibilidade é o nosso carro-chefe. Às vezes, um pequeno deslize de apuração
pode arruinar toda uma carreira. E esta talvez nem seja a do responsável pelo
erro. Então o que espero é isso: O reconhecimento e a dedicação.
100C - Você é estagiário da TV Diário desde quando? Esse
é o seu primeiro estágio? Se não for, aonde mais você estagiou?
BR - Eu entrei na TV Diário em fevereiro de 2010, depois
de ter feito um teste em dezembro de 2009. Já trabalhei com outras coisas, como
no restaurante que minha família tinha (de caixa a chapeiro) e também de
monitor de festas infantis, mas na área é o primeiro estágio.
100C - Durante esse tempo de estágio como você avalia o
jornalismo? É exatamente o que você esperava?
BR - São quase dois anos na TV já e é sim o que eu
esperava. São os dias corridos, em que não se para um minuto, e os dias em que
parece que “o mundo deu um tempo”. É aquilo de estar ligado e conectado o tempo
todo a tudo que é possível e ter a ciência de que tudo que estava previsto pro
dia pode ir “por água abaixo” por conta dos factuais.
100C - Se possível, destaque três colegas de universidade
que você admira e que acredita que terão futuro no jornalismo?
BR - Acho que posso destacar o Rodrigo Mariano (também
estagiário da TV Diário), a Aline Rodrigues (trabalha na assessoria da
Ecopistas) e, por incrível que pareça, o Julien Pereira, da Secom/Poá.
Hahahaha...
100C - Como você avalia o seu curso? A universidade está
bem estruturada e oferece uma qualidade de ensino adequada? Por quê?
BR - O jornalismo da UBC já foi muito melhor. Hoje, o
curso é bom, mas nada além disso. Utiliza bastante das atividades práticas, o
que, no meu ponto de vista, incentiva o aluno e mostra mais de perto o que
realmente é aquela profissão que ele escolheu. Infelizmente a estrutura é
precária. Os computadores da “redação” (se é que pode ser chamada de redação)
estão sucateados e muito ultrapassados (não têm nem mesmo uma entrada USB).
Neste semestre houve um investimento em novas câmeras para o estúdio de TV, mas
o teleprompter (TP), por exemplo, também é muito antigo. Os professores são
bons e demonstram conhecimento naquilo que ensinam.
100C - O que você acha da decisão da Justiça, via Gilmar
Mendes, sobre a queda da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para exercer
a profissão?
BR - Sou totalmente contra. Assim como a Vivian Fernandes
falou no Espaço Foca nº 1 (veja aqui), acredito que economistas têm muito mais
capacidade de falar sobre o assunto do que alguns jornalistas, mas o fim do
diploma faz com que QUALQUER pessoa se intitule JORNALISTA, como vários
blogueiros e twitteiros. Essas pessoas devem saber que ser jornalista não é
apenas repassar uma informação.
100C - Quando saiu a decisão do Gilmar Mendes pela queda
da obrigatoriedade do diploma, você chegou a pensar em abandonar o curso e a
profissão? Porquê?
BR - Não cheguei a pensar nisso não. Até porque quando
decidi fazer jornalismo já havia saído esta decisão.
100C - Você tem alguma sugestão para o 100 Comunicação?
BR - Talvez uma área em que os profissionais possam
escrever sobre temas variados seria interessante. Claro, se essas pessoas
tivessem disponibilidade e vontade.
100C - Pelas conversas que vocês alunos têm em sala de
aula, na sua opinião, qual é a maior dificuldade e o que mais é agradável
dentro do jornalismo para os futuros jornalistas que ainda estão em formação?
BR - Com certeza o mais agradável é aquela troca de
informação e a interação. A maior dificuldade, na verdade, acho que são duas: o
pensamento provinciano que há na nossa região (Alto Tietê) e a ilusão de que
jornalismo é aquilo que se vê no Jornal Nacional. Sei que o mercado é escasso e
concorrido (e mal pago hahahaha), mas quase todos os meus colegas de classe já
estão empregados ou já estiveram na área.
Perguntas para quebrar o gelo:
100C - Você estuda com o Julien Pereira, como e onde você
arruma paciência para não cometer suicídio ou um homicídio em sala de aula?
BR - Olha Ronaldo, não penso no suicídio porque amo
muito mais a minha vida do que pensar em acabar com ela por causa desse ser.
Agora o homicídio até passa pela minha cabeça às vezes hahahahaha. A paciência
deve vir das vezes que ele me salvou em alguns trabalhos, mesmo eu também tendo
salvo essa pessoa em alguns outros. Hahahaha.
100C - Oque é pior, se formar em um curso onde o diploma
está sem moral nenhuma ou sobreviver com o salário de estagiário?
BR - Ah, o diploma a gente releva, mesmo sendo contra a
decisão. Agora sobreviver com o salário de estagiário é uma verdadeira mágica.
Isso é realmente para poucos! hahahaha
100C - Em se tratando de jornalismo, onde você aprende
mais, na Universidade ou na redação? Por quê?
BR - A teoria básica é na universidade, claro. Mas a
convivência diária com outros profissionais e com a profissão em si ensina
muito mais. A troca de informações e o conhecimento passado pelos mais velhos e
experientes na área são mais do que essenciais pra um foca. Há muitas coisas
que você não aprende na universidade.
100C - Deixe um recado para os seus amigos focas que
estão sonhando em ingressar nesta no jornalismo.
BR - Quem tem a vontade e o sonho de entrar no jornalismo
não pode ter a ilusão que eu já falei ali em cima: o jornalismo não é apenas o
que se vê no Jornal Nacional ou só na televisão. É o perrengue do dia-a-dia na
redação, a busca por pautas, fim dos feriados (sim, esqueçam os feriados) e de
alguns finais de semana. Mas se esse é realmente seu sonho, vá atrás e busque o
seu espaço. E faça tudo com dedicação e preze sempre pela credibilidade.
Finais de semana... feriados... ai ai...
ResponderExcluirBoa Brunão, mandou bem!
Eu tardei, mas cheguei! Obrigada pela citação Brunão!!! Tenho certeza que será um baita profissional!
ResponderExcluirParabéns pela entrevista!
Beijocas!
Aline Rodrigues | @lininhahello | aline@fukunaru.com