terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Seção Raio-X nº 21 - Miliane Moraes

A jornalista MILIANE MORAES leandro, 31 anos, é a estrela desta semana da Seção Raio-X. A mogiana é formada em jornalismo pela Universidade de Braz Cubas, profissão que ela exerce há 12 anos. Muito franca e verdadeira, Miliane concedeu essa belíssima entrevista, onde ela se define uma amante de desafios, que a movem diariamente. Leiam e conheçam mais desta belíssima profissional.

100C - Quem é Miliane Moraes?
MM - Procuro ser franca, verdadeira e objetiva em tudo. Mentiras me tiram do sério, mas aprendi a lidar bem com a falsidade alheia. Tenho tentado semear a tolerância, comigo mesma – porque não sou perfeita em tudo que gostaria, apesar do esforço – e com o próximo também, porque, apesar dos defeitos, todos têm as suas virtudes, e é isso que importa. Prioridade para mim é fazer tudo com amor e dedicação, dar o meu melhor, sempre. Meu defeito é ser ansiosa, e, muitas vezes, até precipitada, mas não costumo me arrepender de quase nada.
 
100C - Por que o jornalismo?
MM - Sempre gostei de escrever. Na infância, vivia escrevendo longas cartinhas para pessoas queridas da família, além dos longos diários. No entanto, o que pesou mesmo na escolha do Jornalismo foi o fato do meu tio, o empresário Sidney Antônio de Moraes, assumir o jornal Mogi News. Fui totalmente influenciada por isso. Era criança na época, mas me lembro bem daquela movimentação em torno da implantação do jornal, que acabou envolvendo toda família, minha mãe, Sentileusa de Moraes, meu outro tio, Salatiel Moraes. Aquela ideia me encantou. Não pensei duas vezes, seria jornalista!
 
100C - Depois que você entrou para essa área, aonde você já trabalhou e em que cargo? Aonde você trabalha atualmente e há quanto tempo? Qual função exerce?
MM - Aos 19 anos estava na redação do MN, como estagiária de Cultura. Quem me iniciou no jornalismo foi a querida Marta Vicentin, atualmente editora de Cidades no Mogi News. Fiquei no Grupo até outubro de 2009. Foram dez anos de muito aprendizado. Depois de Cultura, fui repórter de Cidades e passei por quase todas as editorias – Caderno Mulher/ Negócios / Suplementos Infantis/ fiz suplementos especiais, revistas, e, por fim, ocupei o cargo de editora-adjunta do Diário do Alto Tietê (DAT), por dois anos. Conciliava a rotina do DAT, um jornal regional diário, com uma assessoria de Imprensa e Marketing no Colégio Brasilis – ex-Bandeirantes de Mogi das Cruzes. Tinha uma jornada de praticamente 12 horas por dia, e a missão de provar para quem fosse necessário que era uma profissional competente, e não apenas a sobrinha do dono do jornal. Trabalhava tanto ou mais que a equipe, só que a cobrança do Sidney comigo era maior – ele sempre deixou claro que teria de conquistar meu espaço. Costumo dizer que apanhei bastante, mas foi bom para eu crescer, como pessoa e profissional. Até que resolvi sair do DAT e do Colégio Brasilis, decidida a dar novos rumos na minha vida. Queria mais tranquilidade, horários flexíveis, pensava até em ser mãe – sou casada há 11 anos com o engenheiro Reginaldo Godoy. Foi uma decisão difícil, pois amava meus dois empregos, só que precisava de novos desafios.
O filho não veio e, em 2010, abracei o projeto da Exibir Comunicação, uma agência encabeçada pela minha mãe, Sentileusa – na época, meu irmão, o publicitário Edson Moraes, já estava na empresa. A pressão para eu fazer parte do time era grande, e acabei cedendo, apesar de não querer trabalhar em família. Era tudo novo para mim, principalmente porque já havia um projeto no meio gospel, a revista Exibir Gospel. Assumi a revista e, por meio dela, conquistamos vários clientes nesse segmento, de igrejas a políticos - inclusive o deputado federal Roberto de Lucena, que é pastor. Na agência tive de ser muito mais que jornalista, e buscar me aprofundar em marketing e propaganda, redes sociais, fazer planejamentos. Apesar do foco no público evangélico, atendemos clientes de áreas bem diferentes, como empresárias de moda e de bares e restaurante. Tecnicamente, me intitulam como diretora do Núcleo Editorial, mas, na verdade, faço de tudo, exceto vender e fechar negócios, que não é minha praia.

100C - Depois desse tempo atuando na área, como você o jornalismo? É exatamente aquilo que você imaginava? Por quê?
MM - O jornalismo quando a gente tem 18 anos é, sim, um grande conto de fadas. Com o tempo, a realidade bate à porta e, é claro, a decepção vem junto. Mas não perco a paixão, sou perseverante. Deixei de lado alguns idealismos, para ter uma visão mais prática e empresarial da área.
 
100C - Qual foi a pior e a melhor pauta que você cobriu?
MM - A melhor pauta, sem dúvida, foi subir o Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, um dia depois da ocupação da polícia, em novembro de 2010. Na ocasião, também passei pela Vila Cruzeiro, que já estava pacificada. Sem colete à prova de balas, a equipe da Exibir Gospel e eu subimos o morro para entrevistar a comunidade evangélica sobre os momentos de tensão antes da ocupação e a expectativa de uma nova vida. Um amigo aqui da região, nascido e criado por lá, nos levou. Ele conhecia os caminhos, os becos, e muita gente. Ainda assim, foi bem tenso. O BOPE em todo os cantos, policiais armados até os dentes, o exército, tanques de guerra, revistas a todo momento, e aquela adrenalina de que a qualquer momento um imprevisto poderia ocorrer. Eu me impressionei bastante com as declarações daquelas pessoas. Elas não eram coniventes com o crime, mas tinham uma outra ótica do problema, porque ali no tráfico estavam seus filhos, sobrinhos, conhecidos. Quando perguntei a uma menininha evangélica de uns 7 anos o que ela pedia em suas orações, ela disse: “Para Deus salvar os bandidos”.
Sobre a pior pauta, prefiro falar da mais embaraçosa. Aos 19 anos, me mandaram cobrir a Festa do Divino, muito tradicional em Mogi. Eu, evangélica de berço, não compreendia quem era o Divino, para mim era algum santo. Acabei me deparando com o professor Jurandyr Ferraz de Campos, Secretário de Cultura de Mogi, na época. Ele percebeu fácil minha falta de familiaridade com o assunto e, carinhosamente, me explicou tudo. Desde então, passei a olhar para as outras religiões com mais atenção e respeito.

100C - Se possível, destaque três colegas do jornalismo na região que você admira o trabalho.
MM - CITEI NA PERGUNTA ABAIXO.

100C - O que é o jornalismo para você?
MM - É parte da minha vida.

100C - Qual foi a sua maior alegria e a maior decepção com o jornalismo?
MM - Minha maior alegria foi concluir a faculdade. Na época, era complicado fazer estágio – era uma jornada longa – e dar conta de fazer os trabalhos. Ainda assim, durante o curso, vivi um momento especial. Em 2001, fui finalista do Prêmio BBV de Jornalismo, promovido pelo jornal O Estado de São Paulo. Eram centenas de pessoas competindo e fiquei entre os 16.  Isto mexeu com minha autoestima. Minha maior decepção foi o fim da obrigatoriedade de diploma universitário para o exercício da profissão. Vi tanta gente oportunista correndo atrás de MTB Provisória e se apresentar como jornalista, sem nunca ter pisado numa redação ou saber o que era um lead.

100C - Você tem alguma sugestão para o 100 Comunicação?
MM - Puxa, acho tão legal, que só posso sugerir que continue assim.

100C - Destaque um ponto positivo e um negativo do 100C.
MM - Positivo porque tornou-se um canal de comunicação para os profissionais da região, e não veja nada de negativo na forma como isso tem sido feito.

100C - O que você mais gosta e o que você mais odeia nas pautas?
MM - POSSO PULAR ESTA? É QUE NA AGÊNCIA EU QUE ACABO FAZENDO AS PAUTAS E NEM SEMPRE TEM AQUELA PEGADA JORNALÍSTICA, É MAIS INSTITUCIONAL.

100C - O que você espera para o seu futuro profissional?
MM - Formar uma boa equipe na agência, para que eu possa morar na praia, de frente para o mar, e escrever um livro de crônicas.

100C - Você tem algum trabalho paralelo junto ao seu atual emprego? (ex.: blog, freela, entre outros)
MM - Eu me orgulho muito de ser professora de escola dominical na igreja que frequento. Conto histórias bíblicas para crianças, canto e brinco com elas. Bom demais, porque a cada domingo aprendo um pouco mais sobre Deus.

Perguntas para quebrar o gelo:

100C - Conte duas ou mais situações engraçadas que você passou no jornalismo.
MM - Na Editoria de Negócios, eventualmente, tínhamos de fazer matéria sobre promoções de plano funerário e jazigos. Difícil mesmo era fazer o título.

100C - Destaque três atuais e três ex-companheiros de trabalho que você classifica como “fora do normal”, seja pela personalidade, loucura ou coisas do tipo. Explique:
MM - Dos ex-companheiros, não posso deixar de falar do Márcio Siqueira, editor-chefe do Mogi News e do DAT, que, atualmente, está afastado do Grupo. Ele me deu ricas lições de bom jornalismo, companheirismo e confiança. Era o porto-seguro da redação, agia com profissionalismo e, sobretudo, respeito pela equipe. O Bras Santos, um “trator” da notícia, o admiro muito pela competência. “Fora do normal” também é o veterano Paulo Quaresma, que está à frente da TV Mogi News. É entusiasmante ver o seu pique, ele é incansável.
Sempre me surpreendi com a irreverência da Khadidja Campos; fico encantada de ver a Jamile Santana crescer tanto – lembro-me dela bem menina dizendo que queria ser jornalista... Minha lista de colegas queridos e admirados é grande, vou parar por aqui.

Ping Pong

100C - Time:
MM - Santos

100C - Desejo
MM - Agradar a Deus.

100C - Música
MM - “How he loves us”, uma canção gospel que fala do amor de Deus por nós.

100C - Jornalismo
MM - uma paixão para a vida inteira.

100C - 100 Comunicação
MM - Uma ótima ideia.

100C - Passado
MM - Uma grande escola

100C - Presente
MM - Passa muito rápido.

100C - Futuro
MM - É só amanhã. Um dia de cada vez.

100C - Se defina em uma única palavra
MM - coragem.

100C - Deixe um recado para os alunos sonham ingressar no jornalismo.
MM - Sonhar é importante, nos mantêm vivos, porém estejam atentos para a realidade da profissão, vejam nossos pisos salariais, as condições dos estágios que são oferecidos – geralmente mal remunerados - horários malucos, pressão, e se, ainda assim, vocês acharem que vale a pena, corram atrás de oportunidades quanto antes. A prática do jornalismo é tão importante quanto o diploma.

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