A assessora de imprensa da Câmara Municipal de Arujá, KELLY ribeiro PASSOS sabio, 25 anos, é a entrevistada da semana na Seção Raio-X. Nascida em São Paulo e morando atualmente em Arujá, a colega de profissão é formada pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e se define como uma pessoa sonhadora e que quer vencer na vida com a profissão que escolheu. Confira a entrevista na íntegra e conheça mais dessa grande profissional.
100C - Por que o jornalismo?
KP - Quando fui fazer vestibular na UMC estava numa fase conturbada após duas tentativas frustradas de estudar Turismo numa universidade pública. Saí de casa pra efetivar a inscrição sem saber qual o curso iria optar. Escolhi jornalismo porque sempre tive hábito e paixão por ler. Hoje agradeço a Deus por tudo ter dado “errado” e ter chegado na turma de jornalismo.
100C - Depois que você entrou para essa área, aonde você já trabalhou e em que cargo? Aonde você trabalha atualmente e há quanto tempo? Qual função exerce?
KP - Comecei com estágio já no 2º semestre de curso num jornal chamado Folha de Arujá. Depois fui para a minha primeira passagem no Jornal O Ouvidor, que cobre Santa Isabel, Arujá e Igaratá. Foi onde comecei a aprender o que era jornalismo. Saí e fui estagiar na assessoria de comunicação do Centro Paula Souza e depois voltei para O Ouvidor, onde fui repórter até me formar. Meu primeiro trabalho com diploma foi na assessoria de imprensa da Câmara Municipal de Santa Isabel, onde fiquei de março de 2009 a julho de 2011, quando fui convidada para implantar a assessoria de imprensa na Câmara Municipal de Arujá. Estou aqui há sete meses.
100C - Depois desse tempo atuando na área, como você o jornalismo? É exatamente aquilo que você imaginava? Por quê?
KP - Eu vejo o jornalismo com muito menos romantismo. Mas isso não quer dizer que gosto menos. A gente vê tanta coisa errada, tanta pauta escondida na gaveta, informação omitida para a população que vai ficando calejado. Já tive épocas mais revoltantes com isso, hoje tento tirar o melhor do que eu faço, do que eu leio e ter uma visão mais racional do que o jornalismo me proporciona. Foi a profissão que escolhi e quero ser escrever uma boa historia profissional.
100C - O que é melhor, assessoria ou redação? Por quê?
KP - Depende. Vira e mexe tenho crises existenciais por achar que deveria estar numa redação, vivendo a rotina do repórter, que é algo apaixonante, mas também me deparo com a baixa remuneração, o pouco reconhecimento, as escalas de plantões e então vejo que toda colocação tem seus prós e contras. A assessoria ainda é muito discriminada, acho que as redações poderiam explorar melhor as assessorias. Outro fator que julgo importantíssimo, é que todo assessor de imprensa deve ter experiência em uma redação. Enfim, tem trabalho para todo mundo.
100C - Qual foi a pior e a melhor pauta que você cobriu?
KP - A pior foi o assassinato de uma menina de 13 anos, porque ela “caguetou” um traficante em Santa Isabel. Morreu com pauladas na cabeça em frente da casa que morava. O corpo dela ficou 10 horas esperando o S.V.O., mas o que levou até isso é que é a pior parte. Ela foi pega com o namorado, maior de idade, vendendo droga, no local em que morava. Ele foi pra cadeia e ela foi pra Vara da Infância, onde contou pra Promotora quem era o traficante “mor”. O cara foi preso e a menina ficou aos cuidados do Conselho Tutelar. Aí um belo Conselheiro decidiu enviá-la de volta à “família”, então concedeu a guarda provisória dela ao pai do namorado que estava preso, onde ela morava antes. Bem, não deu 24 horas para ela morrer no mesmo lugar em que foi pega com drogas, né. Escrevi tudo isso na minha matéria, tive acesso às coisas pessoais dela, peguei todos os detalhes do caso e dei nome ao traficante no texto. O Conselheiro foi afastado, e o traficante solto em pouco tempo. As circunstâncias que levaram essa menina a morte ainda me revoltam muito.
A melhor foi na época das eleições em 2008. Durante dois meses fiz uma série especial com temas importantes para Santa Isabel e candidatos enviavam propostas sobre aquele assunto. Acho que foi uma contribuição interessante para a população.
100C - Se possível, destaque três colegas do jornalismo na região que você admira o trabalho.
KP - Mesmo acompanhando só o produto final desses profissionais admiro muito o trabalho do Brás Santos, acho ele um repórter bom de faro. A Marilucy Cardoso, quem tive a oportunidade de ser aluna, é uma das jornalistas de TV com mais desenvoltura que já vi. Por último, uma pessoa talvez desconhecida por vocês, mas que foi meu guia e um dos melhores jornalistas que já conheci, é o Roberto Drummond, dono do jornal O Ouvidor. Sem contar seu dom de ensinar e de ser repórter, Roberto era um cara com passagem no Jornal do Brasil, O Estado de Minas e na Veja, que largou uma carreira promissora para abrir um jornalzinho há 23 anos numa cidade inexpressiva como Santa Isabel. Acreditou e hoje é referência pra uma população de 60 mil habitantes. Pouco? Não, muito, se perceber que o impacto deste jornal é muito mais forte do que outros jornais regionais. Com o Roberto eu aprendi que o jornal de bairro ou de cidade pequena tem muito mais importância do que os grandes jornais, para aquela realidade. Falar do buraco da rua da pessoa causa muito mais diferença na vida dela, do que tratarmos de pautas mais generalistas.
100C - O que é o jornalismo para você?
KP - Jornalismo é um projeto de vida. Poucas profissões você vive 24 horas por dia. Nós respiramos informação, tudo nos agrega de forma diferente. Nosso olhar sempre é focado.
100C - Qual foi a sua maior alegria e a maior decepção com o jornalismo?
KP - A única decepção é o pouco reconhecimento, o baixo salário. O resto é só alegria ! Como é bom fazer aquilo que gosta!
100C - Você tem alguma sugestão para o 100 Comunicação?
KP - Eu acho que você, Ronaldo, tem que parar de trabalhar na prefeitura e cuidar só da agenda do 100 Comunicação. Aí você terá tempo de coordenar vários eventos....(risos) . Brincadeira! Só tenho a elogiar o trabalho do blog, todo dia é sempre uma surpresa agradável, além de unir a classe, né?
A minha sugestão já fiz a você, mas exponho aqui, que é de organizar um bate-papo entre as redações e as assessorias de imprensa da região, para que possamos discutir pontos a melhorar, aproximar os dois campos. Seria um follow up maravilhoso.
100C - Destaque um ponto positivo e um negativo do 100C.
KP - O 100C tem unido a classe, e isso já é um grande feito.
100C - O que você mais gosta e o que você mais odeia nas pautas?
KP - Pauta boa é aquela que dá certo, não tem jeito. Eu odeio pauta que nasce torta, (quem sempre?).
100C - O que você espera para o seu futuro profissional?
KP - Eu espero continuar sendo feliz com o que faço e ser bem sucedida. Eu espero conquistar conforto pra mim e pra minha família com o jornalismo. Ah, e eu espero trabalhar numa sala grande pra poder levar meus filhos pequenos no serviço. Porque, quando os tiver, parar de trabalhar não está nos meus planos.
100C -Você tem algum trabalho paralelo junto ao seu atual emprego? (ex.: blog, freela, entre outros)
KP - Tenho dois clientes em assessoria de comunicação: um político da região e um escritório de advocacia.
100C - Qual a sua opinião sobre o Prêmio 100 Comunicação de Jornalismo?
KP - Achei a idéia o máximo, mas poderíamos organizar desde este ano a premiação para as assessorias e para jornalistas de TV.
Perguntas para quebrar o gelo:
100C - Conte duas ou mais situações engraçadas que você passou no jornalismo.
KP - Uma vez o ex-diretor de Habitação de Itaquá, o Zé Carlos Sem-Terra, que foi morto, fez uma manifestação em Santa Isabel por conta de moradia. Ele berrava de cima de um trio elétrico. Meu chefe, claro, mandou eu ficar em cima do trio. Foi patético.
100C - Destaque três atuais e três ex-companheiros de trabalho que você classifica como “fora do normal”, seja pela personalidade, loucura ou coisas do tipo. Explique:
KP - A fotógrafa Yara Arantes, sempre subversiva, adoro! A Carolina Nogueira, da rádio Sempre Mais, ela não é muito boa da cabeça não, treinava as cordas vocais enquanto escrevia e, por fim, trabalhar uma pauta com a Márcia Dias, do AT Notícias, é um grande barato, os comentários dela são os melhores.
100C - Mande um recado para o nosso “amigo” Gilmar Mendes:
KP - Quero fazer um freelancer lá no inferno só pra cobrir a chegada dele. Depois eu volto e conto como foi (risos).
Ping Pong
100C - Time
KP - São Paulo Futebol Clube, com muito orgulho e convicção, Graças a Deus!
100C - Desejo
KP - Quero um dia fazer um job no Repórter sem Fronteiras.
100C - Música
KP - Troca de energia
100C - 100 Comunicação
KP - Diversão!
100C - Passado
KP - Aprendizado, sempre.
100C - Presente
KP - Busca por mais conhecimento.
100C - Futuro
KP - Mais serenidade.
100C - Se defina em uma única palavra
KP - Putz!
100C - Deixe um recado para os alunos sonham ingressar no jornalismo.
KP - Façam aquilo que gostam, tenham a mente aberta para todas as possibilidades, aproveitem a faculdade ao máximo, mas tenham a consciência que o verdadeiro jornalismo se aprende fora da sala de aula.
CONFIRAM as demais entrevistas da Seção Raio-X clicando AQUI.
Kelly, só quem te conhece sabe que é a mais pura das verdades. Sem exibicionismo. Vc é a simplicidade, a simpatia, o sorriso, a vontade e a capacidade de aprender. Como é bom quando se faz o que gosta, com empenho e dedicação. Parabéns pela profissional que é, que seu futuro seja promissor. A pessoa, eu agradeço a Deus, por permitir que faça parte da minha vida. um bj no coração. Cunhada e fã: Raquel Mônaco
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